(Reuters) - Os advogados do piloto brasileiro Felipe Massa deram à Fórmula 1 e à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) mais um mês para responder sobre a ameaça feita pelo piloto de mover uma ação judicial sobre o campeonato mundial de 2008.
O ex-piloto da Ferrari, hoje com 42 anos, alega que uma "conspiração" lhe negou o título.
Foi estabelecido um prazo até meados de outubro para que a Fórmula 1 e a FIA respondessem a uma Carta de Reclamação de 15 de agosto, mas o advogado Bernardo Viana disse em um comunicado na quinta-feira que uma prorrogação havia sido acordada.
"A FIA e a FOM (Formula One Management) estão concluindo uma investigação interna e solicitaram uma última prorrogação do prazo que pediram inicialmente, de 12 de outubro a 15 de novembro", disse ele.
"Concordamos com esse período final porque, se a nova administração estiver de fato investigando o assunto de boa fé, certamente chegará à mesma conclusão que nós e tantas pessoas ao redor do mundo."
A prorrogação significa que o prazo agora é após o Grande Prêmio do Brasil no circuito de Interlagos, em São Paulo, em 5 de novembro.
O britânico Lewis Hamilton ganhou o título de 2008, seu primeiro de sete, por um único ponto em um ano que se tornou notório depois que o piloto da Renault (EPA:RENA), Nelson Piquet Jr., revelou em 2009 que havia sido instruído a bater deliberadamente no Grande Prêmio de Cingapura.
Massa, que se deixou a Fórmula 1 em 2017, estava liderando em Cingapura quando o compatriota Piquet Jr. bateu no muro na 14ª volta da corrida de 61 voltas, provocando um período de safety car.
O companheiro de equipe de Piquet Jr., Fernando Alonso, venceu a corrida, enquanto Massa não conseguiu pontuar depois de um problema em um pitstop.
Massa agora alega que a corrida deveria ter sido cancelada porque os dirigentes do esporte supostamente sabiam antes do final da temporada o que havia acontecido, mas encobriram o fato.
Duas das principais figuras da categoria naquela época, o ex-diretor de corridas da FIA, Charlie Whiting, e o então presidente da FIA, Max Mosley, morreram, enquanto o ex-superintendente da F1, Bernie Ecclestone, tem 92 anos.
O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, que assumiu o cargo no final de 2021, disse à Reuters no Catar no último fim de semana que Massa havia entrado em contato e estava deixando o assunto com a equipe jurídica da FIA.
"Respondi a ele dizendo: 'Depende de você, faça o que achar certo para você, mas a FIA terá que se proteger'", disse ele.
"Temos nossas regras, temos nossas regras esportivas, nossos estatutos que dizem que determinado período depois disso você não pode (fazer nada)... mas as pessoas podem contestar isso", acrescentou o dirigente. "Não é o livro de Deus."
(Reportagem de Alan Baldwin, em Londres)