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FRANKFURT (Reuters) - A Alemanha disse neste sábado que está investigando uma aparente escuta de uma ligação, depois que Moscou disse que uma gravação de oficiais alemães os mostrava discutindo envio de armas para a Ucrânia e um possível ataque de Kiev a uma ponte na Crimeia.
Um porta-voz do Ministério da Defesa alemão disse no sábado que o Escritório Federal de Contrainteligência Militar estava investigando o que parecia ser um caso de escuta, e que era possível que a gravação tivesse sido alterada.
O chanceler Olaf Scholz, falando durante visita a Roma, chamou o possível vazamento de "muito sério" e disse que "agora está sendo esclarecido com muito cuidado, muito intensamente e muito rapidamente".
Margarita Simonyan, jornalista da TV estatal russa e chefe do Russia Today, publicou o áudio em seu canal no Telegram e disse que ele revelava oficiais alemães "discutindo como atacar a ponte da Crimeia", que liga a Rússia à península ucraniana que foi e anexada em 2014 por Moscou.
A Reuters ouviu a gravação de 38 minutos, mas não pôde confirmar sua autenticidade de forma independente.
Os participantes da ligação discutem a possível entrega de mísseis de cruzeiro Taurus (BVMF:TASA4) a Kiev, que Scholz tem rejeitado publicamente com firmeza até agora. Eles também falam sobre o treinamento de soldados ucranianos e possíveis alvos militares.
Scholz, falando em uma visita a Roma, disse a jornalistas que o possível vazamento era "muito sério".
"É por isso que agora está sendo esclarecido com muito cuidado, intensidade e rapidez. Isso também é necessário", disse ele.
A embaixada da Rússia em Berlim não respondeu a um pedido de comentário sobre as alegações de possível espionagem. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse nas mídias sociais na sexta-feira: "Exigimos uma explicação da Alemanha", sem detalhar suas preocupações específicas.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, falou a jornalistas neste sábado sobre "os planos astutos da Bundeswehr (forças armadas alemãs), que se tornaram aparentes devido à publicação dessa gravação de áudio. "Trata-se de uma autoexposição flagrante", disse Lavrov.
Roderich Kiesewetter, membro do Parlamento alemão, disse ao jornal Handelsblatt que considera as informaçòes como autênticas.
"É claro que a Rússia está mostrando o quanto usa a espionagem e a sabotagem como parte da guerra. É de se esperar que muito mais tenha sido interceptado e vazado a fim de influenciar decisões, desacreditar e manipular pessoas", disse ele.