Investing.com – Um valuation atrativo, mas com desafios no curto prazo devido aos juros elevados, que podem limitar a valorização das ações. É assim que o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) avalia as ações da B3 (BVMF:B3SA3), que opera a bolsa de valores brasileira, conforme relatório divulgado aos clientes e ao mercado nesta sexta-feira, 06. Assim, o banco indica posição neutra no papel, com preço-alvo em doze meses de R$13.
Conforme os analistas Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Lindsey Shema, em um road show com diretores da companhia, a B3 informou que seu mix de produtos evoluiu e hoje a empresa é menos dependente dos volumes no mercado de capitais.
As ações representam cerca de 25% das receitas, contra quase 40% há alguns anos. Hoje, os mercados futuros representam em torno de 25% das receitas, derivativos 10%, renda fixa 15% e dados e tecnologia 20%. A unidade de financiamento representaria outros 5%. O questionamento sobre o assunto ocorre em meio aos volumes fracos e ameaças concorrenciais.
“Os volumes de capital parecem ter pelo menos estabilizado, o que deverá torná-lo menos vento contrário daqui para frente. Além disso, a empresa considera que está bem-posicionada para a ameaça potencial da concorrência, que provavelmente estará a pelo menos um ano de distância, se não mais”, destacaram os analistas.
No entanto, com juros elevados, o valuation atrativo e inferior aos pares globais não justifica uma recomendação mais favorável, no entendimento do Goldman.
“Enquanto é difícil ver um catalisador positivo para os volumes de ações no curto prazo se a Selic permanecer em 10,5% ou possivelmente mais, deverá ser mais fácil ver os benefícios da diversificação daqui para frente”, completam os analistas.
Às 11h53 (de Brasília), as ações da B3 recuavam 2,78%, a R$12,24.