Investing.com – O Itaú BBA reduziu as projeções para o banco Bradesco (BVMF:BBDC4) a respeito da carteira de empréstimos, rendimentos, seguros e provisões, com uma expectativa de queda de 10% no lucro anual, para R$18,6 bilhões em 2023, com recuperação para R$23,4 bilhões em 2024. Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco reforçou que espera uma recuperação mais lenta e desafios estruturais pela frente para o Bradesco.
De acordo com os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, a recuperação das ações brasileiras impulsionou também o Bradesco, que teria subido cerca de 14% nos últimos 30 dias. Embora os analistas afirmem entender o movimento, não o recomendam para os investidores.
“Esperamos que a recuperação dos negócios do Bradesco fique abaixo de seus pares em 2023-24. O banco provavelmente terá que lidar com suas safras ruins de crédito por mais tempo do que seus concorrentes”, reforçam, ainda que uma diminuição da taxa Selic possa ajudar sua margem de lucro de mercado.
De acordo com os analistas, para sair dessa situação, o banco precisaria acelerar as concessões, principalmente em linhas de maior rendimento. “No entanto, não pode acelerar a menos que a capacidade de pagamento da dívida de seu varejo e PME tenha realmente mudado e os problemas em sua carteira existente (incluindo renegociações elevadas) sejam corrigidos. O Bradesco tenta crescer via clientes de alta renda, mas não pode mudar seu posicionamento da noite para o dia”, detalham.
O Itaú BBA possui classificação underperform para os papéis, com preço-alvo passando de R$14 para R$15, “puramente devido ao menor risco-país”. Para exposição diante de melhorias no ciclo de crédito, a indicação é em B3 (BVMF:B3SA3) ou Nubank (BVMF:NUBR33).
Às 13h35 (de Brasília), as ações preferenciais do Bradesco apresentavam elevação de 2,52%, a R$15,90.