Por Senad Karaahmetovic
Analistas descreveram o acordo de compra da plataforma de design Figma pela Adobe (NASDAQ:ADBE) (BVMF:ADBE34) como “extremamente caro”, fazendo com que diversas casas de análise rebaixassem a recomendação da ação.
Para analistas do Jefferies, o acordo com a Figma “parece caro em relação ao faturamento recorrente anual esperado para o fim do ano de US$ 400 milhões”. Um analista do Bank of America (NYSE:BAC) cortou a recomendação da Adobe de compra para neutra, além de reduzir o preço-alvo da ação de US$ 450 para US$ 350. Ele considera que a empresa “deve comprovar a viabilidade do negócio”.
“O horizonte de três anos para acumulação sugere pouca sinergia entre a receita de curto prazo e a receita operacional. Além disso, o elevado valor de mercado (50x a receita de 2022) sugere que a Figma representa uma grande ameaça competitiva. Embora as ações estejam sendo negociadas a um múltiplo baixo de 15x o FCL de 2023 (0,9x nosso FCL de +17% a/a para 2023), em linha com os pares de grande capitalização, acreditamos que a aquisição proposta representa uma oferta excessiva até que o valor da aquisição (14% da capitalização de mercado) fique mais claro no fechamento do acordo”, disse o analista do BofA em nota aos clientes.
Da mesma forma, um analista do Barclays (LON:BARC) rebaixou sua recomendação para os papéis da empresa para “equal weight” (na média), reduzindo o preço-alvo de US$ 440 para US$ 340. As três principais razões por trás do rebaixamento são:
- Estimativas de LPA ex-acordo podem ser reduzidas em um ano;
- Reunião com analista em 18/10 pode abrir espaço para queda dos números; e
- ADBE pode prometer menos e entregar em excesso com diluição do LPA e ainda performar em linha.
Analistas da Oppenheimer e Baird também rebaixaram as ações da empresa.
As ações da Adobe despencaram 16,79% no pregão de ontem e caíam mais 4,81% às 14h35 (horário de Brasília) no pregão desta sexta-feira em Nova York.