Investing.com – Ao reestabelecer a cobertura das ações da Hapvida (BVMF:HAPV3) após o recente aumento de capital, o banco BTG (BVMF:BPAC11) avalia que os contratempos da companhia do setor de saúde não devem “atrapalhar a história de reviravolta”. Escala, alcance, liderança de mercado e modelo integrado são as frentes para superar os desafios.
Em relatório enviado aos clientes e ao mercado nesta segunda-feira, 24, o BTG disse que a injeção de capital deve auxiliar a companhia a “navegar nos atuais mercados de capitais de dívida adversos”, ao apontar perspectiva de melhorias graduais nas margens, ainda que com impulso fraco em um semestre que deve ser “sem brilho”.
Segundo os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima, custos mais altos e pior dinâmica de preços continuam a afetar o setor de saúde como um todo. No entanto, altas nos tíquetes e otimização das despesas podem retomar as margens. As medidas anunciadas pela Hapvida podem trazer alívio para o endividamento da empresa, com estimativa do BTG de uma posição de caixa saudável. O BTG enxerga o endividamento do ano em R$ 4,5 bilhões, sem considerar o leasing, e alavancagem de 1,5x o Ebitda.
O banco cortou a estimativa de Ebita em 20% para 2023, incluindo em seus modelos margens operacionais mais conservadoras, ainda que com sólida geração de fluxo de caixa nos próximos dois anos, diante da perspectiva de melhores resultados operacionais e menor capex orgânico.
Balanços trimestrais: a última temporada teve resultados abaixo do esperado?
Para o balanço do primeiro trimestre, os analistas projetam resultados fracos e margens estáveis. O BTG estima alta da receita líquida de 13% na comparação anual, com impulso do tíquete médio e consolidação da HB Saúde, incluindo 128 mil novas vidas. “No entanto, este efeito deve ser ligeiramente compensado por uma perda líquida de 64 mil vidas organicamente”, ponderam os analistas.
O BTG estima Ebitda ajustado em R$ 543 milhões, uma variação positiva de 40% ao ano, mas apenas 6% no trimestre, resultando em uma margem de 8%, ou mais 20 bps frente aos três meses imediatamente anteriores.
Além disso, o BTG projeta despesas financeiras líquidas maiores, atingindo R$ 403 milhões, frente R$ 172 milhões no 1T22. Assim, o banco prevê um prejuízo líquido ajustado de R$ 31 milhões, revertendo lucro líquido de R$78 milhões na mesma comparação.
Ainda assim, o BTG reforçou a classificação de compra para as ações da Hapvida, com preço-alvo de R$6.
Às 15h01 (de Brasília), as ações da Hapvida subiam 1,54%, a R$2,63.
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