Lula critica orçamento secreto e defende discussão de emendas com deputados

Publicado 13.07.2023, 21:19
Atualizado 13.07.2023, 22:20
© Reuters. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
13/07/2023
REUTERS/Adriano Machado

Por Patricia VilasBoas

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu na noite desta quinta-feira a discussão de emendas com deputados federais, mas acrescentou que "não pode" haver orçamento secreto.

"Você pode discutir emendas que sejam feitas publicamente, (com) a sociedade sabendo para onde é que vai ser encaminhado aquele recurso, para que projeto vai ser encaminhado aquele recurso. Não tem nenhum problema você fazer isso, o que é grave é quando você passa a ideia de que é secreto. Aí você já cria a tese da suspeição, e nunca é bom você viver sob suspeição", disse Lula em entrevista à Record TV.

O chamado orçamento secreto foi um mecanismo criado durante o governo de Jair Bolsonaro para distribuição de recursos conforme indicação de parlamentares sem que houvesse clareza sobre onde o dinheiro era efetivamente aplicado. Em dezembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou o mecanismo inconstitucional.

No atual governo, a liberação de emendas vem sendo utilizada pelo Planalto como uma das maneiras para obter apoio dos deputados em votações importantes, como a da reforma tributária.

STF

Durante a entrevista Lula também reafirmou que não indica amigos para o STF.

Recentemente, o presidente recebeu uma série de críticas por ter indicado o advogado Cristiano Zanin para vaga de ministro do STF, em substituição a Ricardo Lewandowski. As críticas surgiram justamente por conta da proximidade de Zanin e Lula -- o advogado defendeu o presidente em processos no âmbito da operação Lava Jato.

"Eu nunca escolho um amigo para ser ministro da Suprema Corte, porque ele não está lá para prestar serviços para mim, ele está lá para prestar serviço para a sociedade brasileira", disse Lula.

Ao ser perguntado especificamente sobre Zanin e sua proximidade com ele, Lula respondeu: "Ele não era amigo, ele era meu advogado. E uma pessoa extremamente capaz."

O presidente afirmou ainda: "nunca vou precisar de um favor pessoal do Zanin, porque eu nunca vou fazer nada errado".

Questionado sobre sua próxima indicação para o tribunal, ele se esquivou.

"Eu sempre indicarei as pessoas de acordo com os interesses da sociedade brasileira", disse.

Em outubro, a atual presidente do Supremo, ministra Rosa Weber terá que se aposentar compulsoriamente, abrindo uma vaga na corte.

Lula foi perguntado ainda sobre um possível asilo ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que está preso no Reino Unido e deverá ser extraditado aos Estados Unidos.

Assange é procurado pelas autoridades norte-americanas por 18 acusações relacionadas à divulgação pelo WikiLeaks de vastos documentos militares confidenciais e mensagens diplomáticas dos Estados Unidos.

"Eu acho que não era nem possível (o asilo), porque ele está preso na Inglaterra, e acho que já foi inclusive julgada a extradição dele para os EUA", respondeu Lula, acrescentando que, como democrata, fica incomodado com o fato de Assange estar preso num momento em que muito se fala sobre liberdade de imprensa.

(Reportagem adicional de Fabrício de Castro)

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