Investing.com – O Mercado Livre pode elevar as receitas oriundas de anúncios de cerca de US$ 1 bilhão esperados para este ano para US$ 4 bilhões até 2028, projetou o Goldman Sachs (NYSE:GS) em relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta segunda-feira, 23 de setembro.
De acordo com os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached, a expectativa é de que o Meli atinja 3,5% do mercado de anúncios da América Latina até 2026, o que pode impulsionar esse montante, tendo em vista que o negócio possui alta rentabilidade.
“À medida que os gastos com publicidade continuam a migrar para canais digitais e a Meli aproveita suas vantagens competitivas em termos de alcance, frequência e dados proprietários, esperamos que a participação da Meli aumente ainda mais ao longo do tempo”, destacam os analistas. O Goldman pondera que a expansão da receita publicitária e ganhos de market share tendem a ser um processo gradual.
O banco ajustou projeções de receita líquida e EBIT, em média, em 5% entre 2024-26. Assim, possui recomendação de compra para as ações do Meli, com preço-alvo de US$2,670.
Rentabilidade elevada
Os analistas calculam que o negócio publicitário da Meli como um todo pode gerar um EBIT de US$ 2,8 bilhões a US$ 3,0 bilhões até 2028, mesmo patamar do nível total do indicador para a empresa neste ano.
“A receita de anúncios representou apenas 5% do consolidado receitas em 2023, mas projetamos que aumente para cerca de 10% até 2028. Ao longo deste período, projetamos que a Meli aumente o GMV em média +15% ao ano em dólares”, detalham os analistas.
O fluxo dessas receitas possui alta rentabilidade. A gestão do Meli indicou que a margem EBIT desse negócio fica em torno de 70% a 80%, o implicaria que o EBIT dos anúncios já representava mais de 20% do EBIT consolidado em 2023, chegando próximo de 30% do patamar esperado deste ano, de acordo com o Goldman.
“Os anúncios representaram 1,6% do GMV da Meli em 2023, e projetamos 2,1% para 2024. Para outros players líderes globais de comércio eletrônico onde este negócio é mais maduro, a penetração dos anúncios já está entre 5% e 7%”.
A companhia não fornece guidance nesse sentido e, apesar das perspectivas de crescimento, algumas diferenças estruturais que podem limitar tal expansão, incluindo penetração 1P muito menor do que a Amazon (NASDAQ:AMZN) e a falta de uma oferta de streaming, por exemplo.
Crescimento dos anúncios na América Latina
O Goldman estima ainda que o Meli deve ter um gasto total com publicidade superior a US$ 50 bilhões na América Latina em 2024, sendo drivers a digitalização dos gastos com publicidade e a ascensão das redes de mídia de varejo. Assim, pode alcançar 3,5% do mercado de anúncios na região em cerca de dois anos.
“A Meli detém uma participação significativa no mercado de varejo de mídia da América Latina, com cerca de 55% em 2023. Essa participação é ainda mais pronunciada no Brasil, onde fica em cerca de 65% versus o México, com 43%”, destaca o GS, indicando que o market share sobre o mercado de anúncios na região ainda é menor, mesmo que tenha subido de 0,9% em 2021 para 1,6% em 2023.
Às 14h25 (de Brasília), as ações do Meli (NASDAQ:MELI) subiam 0,07%, a US$2.105,18.
Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) (BVMF:MELI34) ganhavam 2%, a R$96,91.