Investing.com - Os analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) elevaram a recomendação das ações do Brasil de Equalweight para Overweight (que são equivalentes respectivamente à Manutenção e à Compra). Em relatório distribuído a clientes nesta terça-feira, o banco americano apresenta uma visão otimista para as ações de países da América Latina, com o alvo para o índice MSCI Latam a 2.800 pontos para o fim de 2026, um retorno de aproximadamente de 23% em dólar.
A atualização da recomendação das ações brasileiras para “Compra” se deve a:
- Expectativas de mudança política em meio à queda de popularidade do presidente Lula.
- Pico com potencial redução da taxa de juros no país.
- Dólar provavelmente enfraquecido em meio a uma queda das taxas de juros globais.
- Valuations baratos.
O Morgan Stanley diz que adicionou a exposição para ações financeiras, petrolíferas, de estatais, de utilidades públicas e de concessionárias, citando papéis como Petrobras (BVMF:PETR4), Prio (BVMF:PRIO3), Motiva (ex-CCR) (BVMF:MOTV3), Nubank (BVMF:ROXO34) e Eletrobras (BVMF:ELET3). O banco avalia que as ações no Brasil estão negociadas a um preço sobre lucro (P/L) de aproximadamente 9x e entregando por volta de US$ 90 bilhões de lucro anual, o que seria uma precificação de recessão nos lucros e inconsistente em relação a outros mercados.
“Acreditamos que um calendário eleitoral pesado nos próximos 18 meses abre a oportunidade do início de uma necessária mudança política, especialmente no fiscal”, escrevem os analistas do banco americano, citando que o risco fiscal permanece elevado.
“Gostamos do risco-retorno do Brasil, onde o cenário de baixa está inalterado, mas é menos provável que aconteça e o cenário de alta agora é o mais provável, na nossa visão”, avalia o Morgan Stanley, citando que as ações brasileiras estão baratas em meio a um “mercado de capital desenvolvido com posições extremas em renda fixa para financiar aproximadamente 10% de déficit fiscal”.
“Não esperamos mudança de política antes de 2027, mas a simples possibilidade pode elevar o risco-retorno um pouco mais em direção aos ativos de risco”, dizem os analistas em relação à expectativa de uma mudança do modelo de crescimento econômicos focado em investimentos, diferentemente do atual com enfoque no fiscal para induzir o consumo.