Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - A Itaúsa SA (BVMF:ITSA4) é uma holding que busca empresas relevantes no mercado, com fluxo de caixa estável e uma marca competitiva para investir. Após indicar uma pausa nas aplicações, os acionistas aguardam as perspectivas dos resultados disso na remuneração dos seus dividendos, que caíram durante os últimos anos – o que não agradou o mercado. As ações PN encerraram o pregão desta terça-feira em alta de 0,54%, cotadas a R$ 9,34. Em um ano, os papéis recuaram 13,39%.
Como holding, a principal fonte de receita são as participações acionárias em outras companhias, como Itaú (BVMF:ITUB4), Alpargatas (BVMF:ALPA4), CCR (BVMF:CCRO3) e XP (BVMF:XPBR31) (NASDAQ:XP). No segundo trimestre deste ano, a Itaúsa lucrou R$ 3 bilhões, 5,5% superior na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
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O que houve com os dividendos?
Em 2019, o Dividend Yield da companhia chegou a 8,45%. Em 2021, o número ficou em 4,2%. O Dividend Yield considera dividendos/JCP brutos pagos nos últimos 12 meses, dividido pela cotação de fechamento da ação PN no último dia de cada ano. Para reverter a situação, o CEO da Itaúsa Alfredo Setúbal disse que os dividendos devem voltar ao patamar histórico de 40% de payout nos próximos três anos. Ainda, o Itaúsa tem buscado ser menos dependente do setor financeiro e aposta em setores da chamada economia real, como é o caso da CCR, de concessões rodoviárias. Alexandre Masuda, Sócio e Head de Análise da SFA Investimentos, detalha que desde a pandemia, os dividendos começaram a diminuir.
“Desde a pandemia, o Itaú começou a pagar menos dividendos. Houve uma preocupação muito grande com a liquidez dos bancos, ninguém sabia como a pandemia iria se comportar”, lembra Masuda.
Com esse cenário, qual a perspectiva para as ações?
Bull case, tese de alta
Para Masuda, o desconto da holding é um atrativo. “Com vários ativos dentro dela que são abertos em bolsa, esse desconto tem aumentado, que era de 15% a 20%, hoje, beira 25%”, destaca.
Carlos Daltozo, head de research da Eleven, afirma que a diversificação é um mitigador de risco. “Minimiza os efeitos de ciclos econômicos, muito mais estável. Como vantagens competitivas, diversificação do portfolio de investimentos, diferente de Bradespar (BVMF:BRAP4), por exemplo”, aponta.
Bear case, tese de baixa
No entanto, a diversificação dos negócios exige skills de governança mais amplos. O risco, segundo a SFA, é se a estratégia de diversificação der errado e alguma empresa perder muito valor de mercado.
Gustavo Pazos, analista da Warren, considera, dentre as opções de investimento da Itaúsa, a XP como um fator de risco devido à competição com o BTG (BVMF:BPAC11) pelos escritórios de agentes autônomos. "A empresa XP expandiu muito as receitas, mas as margens caindo por causa dessa competição excessiva”, pondera.
Investe ou pensa em investir em Itaúsa? Confira mais um episódio do Podcast Tese de Investimentos. Saiba as recomendações dos analistas e as estimativas do Investing.com. Ouça no player abaixo (usuários do app Android deve acessar sua plataforma de streaming favorita: Spotify, Deezer, Apple Music, Anchor).