Investing.com – Ao traçar um cenário sobre os riscos para investimentos no mercado brasileiro, em meio a situações desvantajosas nos mercados chineses e americanos, o UBS Wealth Management apontou quais sugestões de portfólio tendem a ser mais vantajosas, em sua análise. O banco elencou, em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, os ativos indexados à inflação e fundos imobiliários como os escolhidos.
“O cenário é semelhante ao dos títulos nominais. Contudo, esse ativo classe já precificou a maior parte do ciclo de flexibilização esperado, em nossa visão”, aponta o UBS. “Como julgamos que a inflação será abaixo das expectativas atuais do mercado, mantemos esses títulos como neutros por enquanto. Também mantemos os títulos de taxa flutuante neutros, pois eles ainda proporcionam um rendimento muito apetitoso de 13,25% num mundo cheio de riscos”, orienta o banco.
Cenário de riscos
“É um ditado comum no Brasil que, quando os EUA pegam resfriado, o Brasil pega pneumonia. Mas se o EUA e China pegam resfriado, o que aconteceria com Brasil?”, indaga o banco, diante de impasses no orçamento americano, levando ao rebaixamento do crédito do país pela Fitch de AA+ de AAA. Ainda no cenário de desvantagens, a perda de fôlego da economia chinesa, com crescimento aquém do esperado, está entre os pontos de cautela.
Mesmo assim, o UBS elevou a estimativa para o crescimento da economia brasileira medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) para 2,5% neste ano de 1,9%, com a perspectiva de exportações mais fortes do que o esperado, expansão na produção agrícola e de redução das importações.
“Resumindo, esperamos que o Brasil tenha um PIB muito bom crescimento pelo terceiro ano consecutivo (5% em 2021, 2,9% em 2022 e 2,5% em 2023), totalizando quase 11% em três anos. Com um PIB de US$ 2 trilhões, podemos considerar o Brasil como uma economia grande e diversificada agora, talvez com um maior crescimento potencial do PIB acima do esperado”, afirmam os analistas.
O banco ainda lembra que a Fitch atualizou a classificação de crédito do país para BB de BB- antes, o que ajuda o país a “enfrentar ventos contrários dos mercados globais, embora isso não torna o país imune a resfriados”.
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