Por Jessica Bahia Melo
Investing.com – O estresse no setor bancário segue em pauta diante de um ambiente com maior inadimplência, economia mais fraca e juros elevados. Enquanto no mercado americano, as falências do SVB (OTC:SIVBQ) e o Signature Bank assustaram agentes a nível mundial, no Brasil, duas financeiras foram liquidadas pelo Banco Central, a Portocred e a BRK. Juros elevados atraem investidores para a renda fixa, mas ainda que existam garantias para o caso de falências, bancos mais seguros possuem menor risco de inadimplência e problemas futuros que resultem em quebras.
Quando os investidores olham para as opções de renda fixa em plataformas de investimentos, costumam verificar somente as taxas, mas analistas consultados pelo Investing.com reforçam a importância de avaliar outras informações que indiquem a saúde financeira para mitigar os riscos. Alguns indicadores de saúde financeira das instituições podem ser verificados para apontar as características e riscos de crédito – se o risco for maior, o investidor deveria ter um prêmio maior também.
Entre eles está o Índice de Basileia, indicador internacional que indica a relação entre o capital próprio da instituição e o capital de terceiros. No Brasil, o índice mínimo é de 10,5%, como lembra Christopher Galvão, analista de renda fixa da Nord Research. “Se um banco está abaixo desse patamar definido pelo Banco Central, pode ser declarada a falência, como é o caso da BRK”.
Lucas Neves, head de renda fixa na WIT, orienta o investidor a verificar a composição da carteira de crédito da instituição financeira. "O índice de inadimplência, por exemplo, impacta na solvência do banco, assim como seu patrimônio líquido".
Cobertura do FGC
O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) é uma associação mantida com recursos de instituições privadas, para proteção dos investidores e prevenção do risco no caso de uma eventual quebra. O fundo garante até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ em cada instituição ou conglomerado financeiro, com valor total limitado ao teto de R$ 1 milhão.
Rebeca Nevares, especialista em investimentos que atua na Galápagos Capital, alerta que ainda que o investidor possa receber os valores de volta, ele pode perder rendimentos nesse processo. “A pessoa vai ficar sem rentabilidade até o fundo pagar, o que pode durar 60 dias. Com juros altos como estamos no momento, de 13,75% ao ano, deixaria de ganhar mais de 1% ao mês”.
Com o momento atual de incerteza sobre os juros e maior cautela no setor, como o investidor pode alocar a carteira com crédito bancário?
Confira os indicadores que devem ser analisados e estratégias de alocação em mais um episódio do podcast Estratégia de Carteira.
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