Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O fundo de venture capital Headline FIP, fruto da parceria entre a Headline Global e a XP (BVMF:XPBR31) Asset , realizou seu primeiro investimento, na startup de micromercados autônomos Smart Break, com um aporte de 30 milhões de reais.
O chefe de venture capital da Headline, Romero Rodrigues, afirmou que o montante corresponde a um participação dentro da faixa de 15% a 20%, que é a meta do fundo. Nos primeiros meses do fundo, segundo ele, foram analisadas cerca de 700 companhias.
O Headline Venture Capital 3 Master FIP Multiestratégia captou em meados do ano 915 milhões de reais para investir em startups brasileiras em setores como software, ecommerce, educação, saúde, mobilidade, ESG e blockchain.
O fundo, sob a gestão da XP Asset e liderado por Rodrigues, ex-fundador do Buscapé, atraiu cerca de 12.500 cotistas, tornando-se o maior FIP do país em número de investidores. Com duração de 10 anos, mira um portfólio de cerca de 25 startups.
No total, a Smart Break captou 36 milhões de reais, com o restante complementado por UVC Investimentos, fundo de venture capital da Ultrapar (BVMF:UGPA3), e atuais investidores - Anjos do Brasil e Columbia Alumni Angels, além de pessoas físicas.
Fundada em 2018 por Rodrigo Colás, ex-Ambev, a startup tem atualmente 400 lojas próprias em condomínios residenciais e empresas na cidade de São Paulo e região metropolitana, que são uma fusão de conveniência, com mercado de bairro e delivery.
As lojas da Smart Break não possuem caixas tradicionais com funcionários - o pagamento é por meio de totem e aplicativo. Colás afirmou que a taxa de furtos flutua ao redor de 5% do faturamento e está precificada nos valores que a startup cobra pelos produtos das lojas.
"A gente não tem objetivo de estancar, mas a gente quer sempre deixar isso controlado."
O modelo rivaliza com lojas "de proximidade", uma das apostas nos últimos anos das maiores varejistas de alimentos do pais, Carrefour (BVMF:CRFB3) Brasil e GPA (BVMF:PCAR3).
"Ficou claro que a conveniência é cada vez o pilar mais importante desse tipo de negócio... E você poder estar literalmente dentro da casa do consumidor é o mais perto que você consegue estar", acrescentou Romero.
A Smart Break começou com unidades em empresas, com o objetivo de substituir as "vending machines", mas com a pandemia de Covid passou a focar no segmento residencial.
A meta com o aporte, segundo Colás, presidente-executivo da startup, é chegar a 1.500 lojas e atingir um faturamento de 200 milhões de reais em 18 meses, acelerando o ritmo de abertura de lojas de 30 para 60 por mês a partir de fevereiro de 2023.
Ele acrescentou que os recursos também serão investidos em consolidação do setor, além de tecnologia para a melhora decisão sobre quais e quantos produtos oferecer e os preços e para deixar a operação logística mais eficiente.