Investing.com - A negociação com o PR para Jair Bolsonaro obter o precioso tempo de televisão para campanha eleitoral parece ter chegado ao fim. Segundo O Globo, Gustavo Bebianno, presidente do PSL, partido do líder nas pesquisas, disse que não aceita as condições do Partido Republicano.
O presidenciável negociava com o partido comandado por Valdemar Costa Neto, condenado no caso do Mensalão, a coligação com a cessão da vice-presidência na chapa ao senador Magno Malta.
O desentendimento entre o PSL e PR ocorreram principalmente pela falta de acordo sobre os palanques regionais, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo, de acordo com a publicação. O PR pretendia avançar na eleição de deputados e isso limitaria as candidaturas de filiados ao PSL
“Um verdadeiro comandante não abandona seu soldado”, disse Bebianno, que afirma não aceitar as condições do partido comandado por Costa Neto.
Ao Estadão, o líder do PR na Câmara dos Deputados, José Rocha, disse que a bancada está dividida entre Bolsonaro e Lula e que as alianças regionais contribuem para a divergência interna.
"O PR está próximo ao centro. Se for com Lula, será próximo da centro-esquerda. Se for Bolsonaro, estaremos com a centro-direita", disse Rocha ao jornal.
Sem o PR – e seus 45 segundos de televisão –, Bolsonaro segue com magros 10 segundos de exposição, o que poderá ser um ponto de fraqueza para sua candidatura. Em 2014, o pouco tempo da candidata Marina Silva, à época do PSB, limitou sua capacidade de respostas a ataques especialmente do PT e viu suas intenções de votos minguarem.
Apesar de ter uma militância aguerrida e com alcance significativo em redes sociais e grupos de Whatsapp, a pouca exposição na televisão poderá limitar o crescimento de Bolsonaro, estacionado um pouco abaixo dos 20% nas pesquisas presenciais e dificultar a resposta a ataques vindo de partidos com maior espaço como PT, PSDB e MDB.