PEC da segurança deve barrar progressão a presos ligados a facções

Publicado 16.10.2025, 12:40
© Reuters.  PEC da segurança deve barrar progressão a presos ligados a facções

O relator da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da segurança pública, deputado federal Mendonça Filho (União Brasil-PE), afirmou na 4ª feira (15.out.2025), em entrevista à Folha de S.Paulo, que o projeto deve impedir a progressão de regime para presos que mantiverem vínculo com facções criminosas enquanto estiverem cumprindo pena.

Segundo o deputado, o objetivo é tornar mais rígida a progressão de regime, mas sem eliminar totalmente a possibilidade de aplicação em outros casos. Os critérios ainda serão estudados e ajustados no texto final. A PEC foi aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) em 15 de julho.

A proposta também trata de uma redefinição no papel das polícias federais. Quanto a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o nome deve ser mantido, e com ampliação de suas competências, permitindo atuação em hidrovias e ferrovias.

O deputado explicou, contudo, que essa atuação não será exclusiva, e sim concorrente e complementar com as polícias estaduais. Ele citou como exemplo a hidrovia Tietê (SP), onde a PM (Polícia Militar) já tem estrutura de controle.

Segundo o congressista, a exclusividade da PRF seria inviável em regiões extensas, como a Amazônia. “Eu acho que é importante manter o que o ministro mandou do ponto de vista de extensão da competência constitucional da PRF, mas que não seja exclusiva, que ela seja concorrente”, disse.

Competências da PF em debate

Mendonça afirmou que o texto também precisará ser ajustado para esclarecer que a investigação de organizações criminosas não será exclusiva da Polícia Federal.

O ponto foi levantado pelo promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), durante audiência na Câmara. Ele afirmou que a redação atual poderia limitar o papel de outras instituições, como os MPs (Ministério Público) estaduais e as polícias civis, na apuração de crimes ligados a facções.

A proposta estabelece que a PF atue em infrações penais com conexão política ou social, inclusive na investigação de milícias e organizações criminosas com repercussão interestadual ou internacional.

Para Gakiya, o texto precisa deixar explícito que essa função será concorrente, evitando brechas para que advogados de faccionados, como do PCC (Primeiro Comando da Capital) ou do Comando Vermelho, questionem judicialmente a competência de outras autoridades.

O relator disse que a inclusão das guardas municipais na Constituição é “uma bela polêmica” que será tratada posteriormente. Ele defendeu que a discussão deve focar na segurança da população, não em assuntos administrativos de funcionário público, que caberiam a uma reforma administrativa.

Leia mais em Poder360

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.