Morreu na 6ª feira (13.out.2023), aos 66 anos, o engenheiro Antonio Megale, ex-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Natural de Minas Gerais, ele estava internado em tratamento contra um câncer.
Megale se destacou pelo seu trabalho em prol da modernização do setor automotivo brasileiro. Como presidente da Anfavea de 2016 a 2019, atuou pela implementação do Rota 2030, programa que estabeleceu incentivos fiscais a projetos de pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico para a cadeia automotiva.
Em nota, a Anfavea chamou Megale de “pai do Rota 2030”. Diz que “ninguém dentro do setor automotivo batalhou mais do que ele para que esta política industrial, fundamental para a previsibilidade e o avanço tecnológico dos veículos nacionais, em vários aspectos, fosse implementada”. Eis a íntegra do comunicado da entidade (PDF – 107 kB).
Em 2017, com o fim o programa Inovar-Auto, o setor ficou sem programas de incentivos específicos. A renovação dos benefícios seria feita pelo Rota 2030, mas o anúncio foi adiado várias vezes no governo Michel Temer (MDB). O setor temia que o novo regime não saísse do papel.
Megale atuou intensamente pela implementação da política. A nota da Anfavea menciona uma “maratona de viagens a Brasília”. Numa delas, o executivo disse diretamente a Temer que todos os países com indústria automotiva forte adotam uma política de incentivos ao setor, o que justificava a medida.
O programa foi anunciado oficialmente em julho de 2018 e instituído formalmente em outubro daquele ano, quando Temer assinou, ao lado de Megale, na abertura do Salão do Automóvel, decreto que regulamentava seu funcionamento.
“Isso foi possível porque, de maneira extremamente rara, o mineiro Antonio Megale conseguia reunir dois amplos talentos: um nato negociador e expert técnico”, afirmou a Anfavea.
O executivo também foi presidente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), de 2011 a 2014, e vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), de 2017 a 2021. Passou pelas diretorias das montadoras Volkswagen (ETR:VOWG), Renault (EPA:RENA) e Chrysler no Brasil.
Megale era formado em engenharia mecânica pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Ele deixa a esposa Maysa e 2 filhos, Bruno e Vitor. O enterro foi realizado na tarde deste sábado (14.out) no Cemitério Parque Morumby, em São Paulo.