A candidata à Presidência da Argentina Patricia Bullrich apresentou à Justiça, na 4ª feira (4.out.2023), duas queixas-crimes contra Javier Milei, seu adversário nas eleições de 22 de outubro. Uma é por calúnia e difamação e a outra, por intimidação pública e incitação ao ódio. As informações são do jornal Clarín.
As ações foram motivadas por falas de Milei em entrevistas televisivas. Ele caracterizou Bullrich como “terrorista” e disse que, na década de 1970, ela teria plantado “bombas em jardins de infância”.
Em 1973, quando tinha 17 anos, Bullrich integrou o Juventude Peronista, grupo juvenil do peronismo, movimento político de esquerda relacionado ao ex-presidente argentino, Juan Domingo Perón. Ela, no entanto, não fazia parte dos Montoneros –guerrilha urbana ligada à esquerda radical–, como argumentou Milei.
Em seu perfil no X (antigo Twitter), Bullrich escreveu: “Deputado Javier Milei, você sabe que mentiu. Eu o denunciei para que a verdade seja conhecida”. Ela acrescentou: “Devemos competir sem mentir. E dar o exemplo aos argentinos”.
Javier Gerardo Milei tem 52 anos, é formado em economia e liderou com 30,4% dos votos a eleição primária de 13 de agosto de 2023 na disputa pela Presidência da Argentina. Ele está à direita no espectro político ideológico, com ideias liberais na economia. Defende fechar o Banco Central do país, acabar com o peso e usar o dólar dos EUA como moeda local.
O candidato concorre à Casa Rosada pela coalizão “La Libertad Avanza” (em português, A Liberdade Avança). Milei se autodefine como “anarcocapitalista” e “libertário” –é contra a interferência do Estado na sociedade e a favor do sistema de livre mercado. Diz que seu programa será uma “motosserra” para cortar gastos públicos. Afirma que o aquecimento global é uma mentira, é a favor da venda de órgãos e defende o sistema de educação não obrigatório e privado.
Duas novas pesquisas eleitorais das consultoras CB e Circuitos, divulgadas pelo Clarín na 4ª feira (4.out), mostram Milei em 1º lugar com 32,2% das intenções de voto. Logo atrás está o ministro da Economia, Sergio Massa (“Unión por la Patria”), com 28,9%.
Patricia Bullrich (“Juntos por el Cambio”) aparece em 3º lugar, com 23,7%. Os candidatos Juan Schiaretti (“Hacemos por Nuetro País”) e Myriam Bregman (“Frente de Izquierda”), têm, respectivamente, 3,1% e 2,1%. Outros 6,2% afirmaram não saber em quem votar, e 3,8% votam em branco.