O vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou nesta 4ª feira (18.out.2023) que o governo vai adiantar R$ 100 milhões em emendas parlamentares para o Amazonas por conta da estiagem que atinge o Estado. Segundo ele, o montante de recursos passa dos R$ 600 milhões. Ministros, congressistas e o governador do Amazonas se reuniram mais cedo nesta 4ª em Brasília.
“Vão ser antecipados R$ 100 milhões das emendas. Ministério da defesa, mais 20 milhões: aeronaves, helicópteros, e mais os brigadistas todos no trabalho do meio ambiente, totalizando R$ 647 milhões. Aqui, não está incluído, mas haverá recurso ou seguro defeso ou auxilio emergencial”, afirmou Alckmin.
Estão na conta citada pelo vice-presidente os R$ 138 milhões para dragagem de 2 rios no Estado. A 1ª obra é no Rio Solimões, entre os municípios de Benjamin Constant e Tabatinga, ambos no Amazonas. O objetivo é recuperar a capacidade de navegação dos rios, essenciais no transporte de pessoas e escoamento de mercadorias.
A retirada da areia do leito do rio será feita ao longo de 8 quilômetros de extensão, terá duração de 30 dias e custo de R$ 38 milhões. Nos próximos dias, deve começar a 2ª dragagem, no rio Madeira, também no Amazonas. Essa terá 12 quilômetros e está em fase de contratação pelo Ministério dos Portos e Aeroportos, com um custo total de R$ 100 milhões.
Além do transporte de mercadorias e pessoas, a dificuldade de navegação nos rios amazônicos pode comprometer o abastecimento de combustíveis na região. Em muitos locais, só é possível chegar com gás de cozinha, gasolina e diesel por meio de barcaças. O governo diz que, no momento, os estoques estão de acordo com o previsto.
Governador cobra BR 319
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), que participou da reunião, disse ser preciso ter uma “decisão política” sobre a BR-319, que liga Rondônia ao Amazonas, e que não é impossível pavimentá-la sem prejudicar o meio ambiente.
“É preciso que o governo federal decida se quer pavimentar a [BR] 319 para que a gente possa encontrar um caminho para que ela possa exercer a sua função que é de garantir um direito que é básico do cidadão que é o direito de ir e vir”, declarou.
Com a forte seca que atinge a região, a saída via terrestre ajudaria a escoar a produção do Estado e da Zona Franca de Manaus.
Em agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse criaria um grupo de trabalho para discutir as obras da BR-319. Segundo ele, o assunto é delicado porque qualquer decisão “precipitada” pode causar vetos à exportação de alimentos brasileira.
Para Lima, o que falta é mais comprometimento do governo: “O que a gente precisa é um comprometimento político. A gente precisa entender o seguinte, há determinação do governo federal, há interesse efetivo de que a BR-319 caminhe? É possível, tem como fazer isso. É difícil? É difícil. É complexo? É complexo. Mas é impossível? Não é impossível”, disse.