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Fazenda reduz para 3% projeção de crescimento do PIB em 2023

Publicado 21.11.2023, 14:00
© Reuters.  Fazenda reduz para 3% projeção de crescimento do PIB em 2023
EGRNY
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O Ministério da Fazenda reduziu de 3,2% para 3% a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2023. Para 2024, a estimativa de alta passou de 2,3% para 2,2%. O Boletim MacroFiscal foi publicado nesta 3ª feira (21.nov.2023). Eis a íntegra do relatório (PDF – 2 MB).

O governo estima inflação de 4,66% em 2023. A taxa se refere ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Era de 4,85% na estimativa anterior, realizada em setembro. Para 2024, passou de 3,40% para 3,55%. Ambas as taxas estão abaixo dos tetos das metas, de 4,75% em 2023 e de 4,5% em 2024.

O PIB do Brasil cresceu 0,9% no 2º trimestre em comparação com o anterior, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A economia brasileira deve desacelerar no 3º trimestre. A prévia do PIB, medida pelo IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) do Banco Central, calculou uma retração de 0,64% no período ante o 2º trimestre.

O Ministério da Fazenda reduziu de 0,1% para 0% a projeção para o PIB do 3º trimestre na comparação com o 2º. Disse que, apesar da redução, a perspectiva ainda é de aceleração do ritmo da atividade econômica no 4º trimestre. Afirmou que o aumento da massa de renda real do trabalho e das melhores “condições” no mercado de crédito devem impulsionar o PIB no fim do ano.

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CRESCIMENTO EM 2023

A projeção de crescimento do Banco Central para o PIB de 2023 é de 2,9%. Já os analistas do mercado financeiro apostam em alta de 2,85%. Em dezembro de 2022, os economistas estimaram crescimento de 0,79% na atividade econômica deste ano.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, defende que tanto o Banco Central quanto o mercado financeiro tem errado bastante as projeções nos últimos anos porque, possivelmente, a PIB potencial do Brasil aumentou com as reformas adotadas no período.

Leia a trajetória do PIB do Brasil desde 2021:

  • 2021: +4,8%;
  • 2022: +2,9%;
  • 2023: +2,9% (projeção do governo).

DESTAQUES DO RELATÓRIO

O governo disse que o crescimento do setor se serviços será menor que o esperado, mas será compensado parcialmente pela melhora das estimativas da indústria.

Para 2024, a revisão de crescimento do PIB de 2,3% para 2,2% se deve ao “aumento das incertezas no ambiente externo”, segundo o Ministério da Fazenda. Citou a política monetária dos países desenvolvidos e o possível agravamento dos conflitos geopolíticos globais.

O relatório avalia que o setor imobiliário chinês teve uma “intensificação” na crise. “O aumento da aversão ao risco decorrente desse cenário de maior incerteza tem levado ao fortalecimento do dólar frente às demais moedas, bem como ao aumento da volatilidade nos mercados de renda fixa”, disse.

O Boletim disse que a atividade econômica deve ser beneficiada com uma taxa básica, a Selic, menos contracionista.

ORIENTE MÉDIO

O Ministério da Fazenda disse que os impactos dos conflitos no Oriente Médio estão “contidos”, mas porque grandes países produtores de petróleo e gás, como Irã, Arábia Saudita e Catar, não se envolveram até o momento.

“A continuidade dos conflitos segue como fator de risco, sobretudo para os preços de commodities energéticas”, disse.

CHINA

O relatório do Ministério da Fazenda disse que as vendas de imóveis residenciais na China caíram 3,7% no acumulado de janeiro até outubro. Os investimentos recuaram 9,3% no mesmo período.

O setor mobiliário responde por, aproximadamente, 25% da atividade econômica do país asiático. “A resposta do governo à crise imobiliária vem sendo balanceada, a fim de evitar uma retração mais acentuada desse setor, mas também um novo sobre-endividamento (a exemplo do default da Evergrande (OTC:EGRNY), em 2021, e da Country Garden, mais recentemente)”, disse.

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