Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) -O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os números do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, anunciados nesta sexta-feira, surpreenderam positivamente e superaram as estimativas feitas por sua pasta, apontando para um crescimento de 3% da economia brasileira neste ano.
Em entrevista a jornalistas em São Paulo para comentar os dados da economia brasileira no segundo trimestre, divulgados mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Haddad disse ainda que, se o Congresso aprovar medidas econômicas que o governo têm enviado ao Legislativo, o país seguirá colhendo os frutos na forma de um bom desempenho da economia.
"A gente fica feliz que as projeções do início do ano feitas pelo Ministério da Fazenda estejam sendo superadas e o crescimento do PIB esse ano deve atingir a marca de 3%", disse Haddad a jornalistas no escritório do Ministério da Fazenda em São Paulo.
"Isso dá força para a agenda econômica. Nós temos um conjunto de medidas que foi para o Congresso Nacional. Nós estamos à disposição das lideranças... Tenho segurança que se nós aprovarmos esse conjunto de medidas que foi para a Câmara dos Deputados, nós vamos continuar colhendo os frutos da melhoria da percepção da economia brasileira."
O IBGE anunciou nesta sexta-feira que o PIB do Brasil cresceu 0,9% no segundo trimestre na comparação com os três meses anteriores, resultado bem acima da expectativa em pesquisa de Reuters de um avanço de 0,3%.
Embora tenha surpreendido, o resultado dá início a um esperado movimento de arrefecimento da atividade que deve se prolongar pelo segundo semestre, em meio aos efeitos da política monetária restritiva e do esvaziamento do forte impulso do setor agrícola visto no primeiro trimestre deste ano.
Na entrevista em São Paulo, Haddad reconheceu preocupação com a arrecadação no mês de julho e disse que o desempenho no terceiro trimestre será chave para as projeções da pasta para o fim do ano.
Ao mesmo tempo, o ministro também reiterou o compromisso da equipe econômica com a meta de zerar o déficit primário do país no ano que vem. Ele disse que o arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso Nacional é a garantia de que o governo equilibrará suas contas no futuro, e avaliou que quanto mais cedo isso acontecer, melhor.
"O arcabouço fiscal é a garantia de que nós vamos fechar essa conta em algum momento do futuro. Receitas e despesas vão se equilibrar. Quanto mais cedo isso acontecer, melhor para a economia brasileira. Nós vamos lutar para isso acontecer ano que vem", disse.
"A equipe (econômica) está segura que nós vamos melhorar o desempenho fiscal do país no ano que vem se as medidas enviadas para o Congresso forem aprovadas... Vamos perseguir os resultados que foram endereçados. Não tem ninguém disposto a abrir mão. O resultado pode até ser melhor, pode ser um pouco pior ou melhor. Por isso que a meta de primária tem banda."
(Texto de Eduardo SimõesEdição de Pedro Fonseca)