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Leia as propostas dos presidenciáveis da Argentina para a economia

Publicado 01.10.2023, 14:00
Atualizado 01.10.2023, 14:11
Leia as propostas dos presidenciáveis da Argentina para a economia
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Os candidatos à Presidência da Argentina participam do 1º debate para a eleição neste domingo (1º.out.2023). O evento será realizado no Centro de Convenções Provincial Forum, na cidade de Santiago del Estero.

Os temas discutidos pelos candidatos Javier Milei, Sergio Massa, Patricia Bullrich, Juan Schiaretti e Myriam Bregman neste debate serão: economia, educação, direitos humanos e convivência democrática. A eleição será realizada em 22 de outubro.

A pesquisa eleitoral divulgada pelo Celag (Centro Estratégico Latinoamericano de Geopolítica) em 22 de setembro mostra Milei como o favorito para a 1ª rodada do pleito, com 33,2% das intenções de voto. Em seguida aparece o candidato governista Sergio Massa, com 32,2%, enquanto Bullrich está em 3º lugar, com 28,1% das intenções de voto. Já Schiaretti e Myriam Bregman estão em 4º e 5º lugares, com 3,6% e 2,9%, respectivamente.

Leia a seguir as propostas de cada candidato para a economia:

JAVIER MILEI

Reprodução/Instagram – 28.ago.2023 A proposta mais conhecida de Milei é a dolarização da economia argentina Javier Milei tem 52 anos e liderou com 30,4% dos votos a eleição primária de 13 de agosto de 2023. Ele concorre à Presidência pela coalizão de direita La Libertad Avanza”(em português, A Liberdade Avança) e se define como “anarcocapitalista” e “libertário”.

Duas de suas principais propostas são fechar o Banco Central e dolarizar a economia argentina, ou seja, substituir o peso pela moeda norte-americana. Eis a íntegra do plano de governo de Javier Milei (PDF – 696 kB, em espanhol).

O economista diz que acabar com a inflação “é o problema mais fácil do mundo”. Para ele, o desafio se concentra em promover o crescimento econômico do país. “Começamos o século 20 com um país que era o mais rico do mundo e hoje é o 140º”, afirmou Milei ao El País em julho.

Para a dolarização da economia, Milei sugere estimular a concorrência monetária no país a fim de permitir que os cidadãos escolham livremente o sistema que querem seguir.

Outra proposta do candidato é criar um plano econômico que possibilite “um forte corte nos gastos públicos” e “eliminar despesas improdutivas do Estado”. O projeto inclui a privatização de empresas estatais de maneira similar à vigente no país durante a década de 1990 –e depois desfeita durante o mandato de Néstor Kirchner (2003-2007)– e reduzir os gastos do governo a 10% do PIB argentino em seu 1º ano no comando da Casa Rosada.

SERGIO MASSA

Reprodução/X @SergioMassa – 13.set.2023 O candidato à Presidência da Argentina propõe a renegociação de dívidas Sergio Massa, de 51 anos, é formado em direito pela Universidade de Belgrano. É o atual ministro da Economia e disputa as eleições pela coalizão de esquerda Unión por la Pátria (União Pela Pátria, em português).

O candidato apoiado pelo atual presidente, Alberto Fernandéz, tem como uma de suas principais propostas a renegociação de dívidas. Se eleito, Massa pretende realizar um “amplo acordo com os credores que contemplem a necessidade de garantir um processo de crescimento inclusivo”. Seu programa de governo está detalhado no site oficial do partido.

O candidato também propõe a criação de uma mesa de negociação de preços e salários a fim de conter a inflação e ter acordos sobre áreas econômicas prioritárias, como produção, tecnologia e geração de empregos.

“Esta mesa deve trabalhar a articulação entre o crescimento, a redução da inflação, a melhoria dos salários condizentes com o aumento da produção e da produtividade e a recuperação do valor da nossa moeda”, afirma Sergio Massa em seu plano de governo.

Além disso, o atual ministro da Economia também pretende implementar um programa macroeconômico visando a geração de excedente de moeda estrangeira para “garantir o crescimento econômico e fazer face aos vencimentos da dívida externa nos próximos anos”.

Em julho, a Argentina anunciou que não usaria a moeda norte-americana para pagar a dívida de US$ 2,7 bilhões que tinha com o FMI. Segundo Sergio Massa, o montante seria quitado por meio de dinheiro recebido de um empréstimo emergencial pela CAF (Corporação Andina de Fomento) e de yuans, moeda chinesa.

Até 28 de agosto, as reservas de dólares do Banco Central da Argentina caíram para US$ 28 bilhões este ano. O governo começou o ano com US$ 44,6 bilhões em caixa.

PATRICIA BULLRICH

reprodução/X @PatoBullrich – 7.ago.2023 Entre suas propostas, Bullrich menciona planos de reduzir a inflação e garantir a independência do Banco Central Patricia Bullrich, de 67 anos, é formada em humanidades e ciências sociais com foco em comunicação pela Universidade de Palermo e concorre ao pleito pela coalizão de direita Juntos por el Cambio (em português, Juntos pela Mudança).

Bullrich tem entre suas propostas criar um plano de estabilização para a economia, a fim de reduzir “drasticamente” a inflação e estabelecer um equilíbrio fiscal com objetivo de reduzir os gastos públicos. Eis a íntegra de seu plano de governo (PDF – 9 MB, em espanhol).

“Focaremos em terminar com os privilégios e regimes de exceção incompatíveis com a situação do país e com o desenvolvimento. Impulsionaremos uma maior coordenação federal da política tributária”, afirma a candidata em seu plano de governo.

A representante do Juntos por el Cambio também declara que garantirá a independência do Banco Central e afirma que, durante seu mandato, a prioridade da autoridade monetária será “a estabilidade dos preços”.

Além disso, Bullrich apresenta como proposta unificar os câmbios argentinos. O governo de Alberto Fernández criou tipos de câmbio específico para diferentes setores da economia, como o dólar Malbec (para produtos agrícolas), dólar Coldplay (para eventos culturais com artistas estrangeiros) e o dólar Vaca Muerta (para exportadores de hidrocarbonetos na bacia de Vaca Muerta).

JUAN SCHIARETTI

Reprodução/Twitter @Jschiaretti – 15.set.2023 Em relação à inflação, Schiaretti fala em “prudência e disciplina na emissão monetária” Juan Schiaretti, de 74 anos, concorre à eleição presidencial pela coalizão de esquerda Hacemos por Nuestro País (em português, Fazemos por Nosso País). É contador público pela Universidade Nacional de Córdoba e atual governador da província de Córdoba.

Para a economia, Schiaretti propõe um “plano macroeconômico que se baseie na não existência de um deficit fiscal”. Segundo o candidato, seu governo se concentrará em evitar a sobreposição do Estado sobre os governos locais e eliminar ou reduzir o subsídio ao setor energético, além de eliminar o deficit de empresas estatais. Eis a íntegra de seu plano de governo (PDF – 2 MB, em espanhol).

​​Quanto à inflação, Schiaretti fala em “prudência e disciplina na emissão monetária, equilíbrio fiscal e recomposição de reservas”. O candidato também planeja simplificar o sistema fiscal “que não penalize a produção com impostos”, além da redistribuição e alocação de recursos e do incentivo às exportações.

MYRIAM BREGMAN

Reprodução/Twitter – 13.jul.2023 Caso eleita, Myriam Bregman quer nacionalizar os bancos e revogar a reforma da previdência Myriam Bregman tem 72 anos e representa a coalizão Frente de Izquierda (Frente de Esquerda, em português) nesta eleição presidencial. É formada em direito pela Universidade de Buenos Aires.

Entre suas principais propostas de campanha, Bregman defende o rompimento com o FMI e o não pagamento da dívida com o fundo para que o “dinheiro seja usado para pagar salários, criar postos de trabalho e garantir acesso à saúde, educação e moradia”. O programa está detalhado em seu site oficial.

Ela também propõe um programa econômico “para que a crise seja paga por quem a gerou”, em referência aos grandes empresários, os bancos e os latifundiários argentinos.

A candidata pretende ainda nacionalizar os banco, “evitar a fuga de capitais” e fornecer crédito para os empreendedores locais, além de revogar a reforma da previdência e aumentar a renda mínima para aposentados.

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