O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta 4ª feira (18.out.2023) que o conflito entre Israel e Hamas não deve causar um desabastecimento de combustíveis no Brasil. A guerra no Oriente Médio tem provocado altas na cotação do barril de petróleo, enquanto, no mercado a interno, a Petrobras (BVMF:PETR4) tem mantido os preços.
“Não tem [risco de desabastecimento]. A Petrobras tem tido toda responsabilidade na questão do suprimento de combustível no Brasil, inclusive essa responsabilidade é do ministério, de manter qualidade de produto e garantia de suprimento”, disse o ministro após reunião com o presidente da estatal, Jean Paul Prates, e o secretário-geral da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Haitham al-Ghais.
O Brasil não refina o suficiente para atender toda a sua demanda de combustível. Não tem capacidade para isso atualmente. Precisa comprar do exterior cerca de 25% do diesel e 15% da gasolina consumidos internamente. Porém, quando os preços internos se deslocam das cotações internacionais, há dificuldade em importar. Quando isso aconteceu em agosto, houve restrições na venda de diesel em algumas regiões do país.
“A Petrobras está trabalhando sempre observando a volatilidade, mas muito focada nos seus custos internos. A Petrobras não precisa ser subserviente ao preço internacional. Ela tem que observar o preço internacional, até porque nós ainda não somos autossuficientes na gasolina e no diesel, mas não temos que considerá-lo, porque a Petrobras é muito mais competitiva do que muitas petroleiras internacionais”, afirmou.
Ele defendeu a nova política de preços da Petrobras que, segundo ele “abrasileirou”, os valores. Enfatizou o preço de competitividade interna está garantindo menor volatilidade de preço na bomba e atendendo o consumidor sem irresponsabilidade.
“Se tiver sinalização de qualquer risco de suprimento, nós vamos nos antever para não deixar acontecer. Mas hoje, nós temos completa estabilidade de garantia de suprimento no Brasil”, avaliou.
Silveira disse que Israel e o Estado Palestino não são produtores, e que por isso não há impactos maiores e diretos na cadeia de petróleo, e sim reflexos indiretos.
“Não são 2 países produtores. Na questão energética, isso nos dá uma certa estabilidade de que os reflexos não são reflexos diretos, e sim indiretos. Esse conflito não deixa de criar um clima de depressão econômica em consequência da insegurança naquela região, mas também se estendendo por toda a Europa. Portanto, nós esperamos que esse conflito termine, mas estamos nos mantendo de forma muito firme”.