Taxa de 50% é “insustentável” e culpa é dos Bolsonaros, diz Haddad

Publicado 10.07.2025, 11:10
© Reuters Taxa de 50% é “insustentável” e culpa é dos Bolsonaros, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 5ª feira (10.jul.2025) que a tarifa de 50% dos EUA contra importações brasileiras é “insustentável” e que foi organizada pela família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Estamos falando de uma tarifa insustentável, tanto do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista político”, declarou o ministro em entrevista ao Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), justifica o aumento pelo tratamento que o governo brasileiro deu a Bolsonaro, a quem disse respeitar “profundamente”. As tarifas começam em 1º de agosto e valem para todos os produtos brasileiros enviados para os EUA.

“A única explicação plausível pelo que foi feito ontem foi porque a família Bolsonaro urdiu esse ataque ao Brasil. E com um objetivo específico, que é escapar do processo que está em curso”, afirmou Haddad.

Bolsonaro é acusado de envolvimento em tentativa de golpe de Estado em 2022. Virou réu em 26 de março. O julgamento está no STF (Supremo Tribunal Federal).

“um brasileiro que presidiu o país, está conspirando contra os interesses nacionais em proveito próprio. Isso é uma coisa muito inaceitável […] Não conheço precedente histórico de uma coisa tão vergonhosa como a atitude dessa família”, disse Haddad.

BALANÇA COMERCIAL

Trump declarou ao anunciar as tarifas que o governo dos EUA precisa se afastar da “relação de longa data e muito injusta” provocada pela política tarifária de barreiras comerciais do Brasil.

Haddad discorda dessa avaliação. Ele mencionou que os Estados Unidos têm superavit comercial com Brasil desde 2009. Isso significa que os norte-americanos mais vendem do que compram dos brasileiros.

“Essa decisão é eminentemente política porque ela não parte de nenhuma racionalidade econômica. Não é racionalidade econômica o que foi feito ontem. Uma vez que os EUA, como todos sabem, é superavitário em relação à América do Sul como um todo”, disse o ministro da Fazenda.

O chefe da equipe econômica defendeu que o governo brasileiro vai entrar no jogo em busca de negociar as tarifas.

“Foi um dia ruim que vamos ter que encontrar um caminho de superar e esquecer que ele aconteceu pela boa relação entre 2 povos que se gostam”, afirmou.

Trump havia definido em abril uma alíquota de 10% ao Brasil. Para Haddad, essa taxa já não era justificável.

O ministro mencionou um encontro que teve com o secretário de Tesouro dos EUA, Scott Bessent, durante viagem a Los Angeles em maio. Segundo o ministro, o estadunidense teria concordado que a alíquota não era a ideal.

“Eu me reuni com o secretário de Tesouro [dos EUA] na Califórnia e disse que não faria o menor sentido a tarifa de 10%, justamente porque o Brasil era deficitário em relação à balança de bens e serviços. E ele próprio reconheceu que com 10% havia espaço para negociar uma redução”, declarou Haddad.

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