Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - Depois de 2021 ser marcado pela volatilidade e por uma maior percepção de risco, a Ativa Investimentos observa que 2022 começou com os mercados mais descontados e “leves”. Porém, a corretora não descarta a necessidade de cautela diante dos cenários político e macroeconômico.
"Além da aceleração da retirada de estímulos no exterior, ainda devemos observar muitos ruídos do lado político”, diz o gerente de Research da Ativa Investimentos, Pedro Serra. Para ele, a melhor estratégia para 2022 será uma seleção criteriosa de ativos ao invés de comprar a bolsa como um todo.
Serra recomenda evitar, por hora, estatais e empresas muito endividadas. O ideal seria trazer diversificação e companhias com bom histórico de execução para o portfólio. Ainda assim, o especialista da Ativa destaca que no momento há um potencial de ganho significativamente maior do que o de perda na Bolsa.
Pensando nisso, Serra separou nove ativos que podem ser considerados boas opções para 2022.
Baixo risco
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Itaú (SA:ITUB4) → O banco detém a segunda maior carteira de crédito do país, a maior margem financeira e um dos maiores ROEs entre seus pares. Para Serra, o Itaú está bem posicionado para alinhar a modernização tecnológica do setor bancário com o seu perfil mais tradicional de relacionamento com o cliente e ampla gama de produtos e serviços. O preço-alvo para a ação é de R$ 32,10.
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Raia Drogasil (SA:RADL3) → A Raia Drogasil atual em um mercado resiliente e possui um excelente track-record de geração de caixa e expansão de lojas, segundo a Ativa. O analista vê com bons olhos a estratégia da empresa em se tornar um health hub, diante do envelhecimento da população. O preço-alvo é de R$ 27,30.
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Vibra Energia (SA:VBBR3) → A Ativa considera que a Vibra consegue compensar o aumento de custos por causa da alta dos combustíveis, uma vez que apresenta melhor rentabilidade por metro cúbico que seus pares. Para Serra, também há um grande potencial de valor na empresa, no seu posicionamento no processo de evolução da matriz energética e na sua política atual de distribuição de resultados. O preço-alvo é de R$ 32,70.
Risco moderado
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Arezzo (SA:ARZZ3) → Diante da atual conjuntura macroeconômica, a Arezzo deve se destacar em relação às concorrentes por causa da demanda reprimida do setor pós-pandemia e da sua exposição às classes A e B. A Ativa também destaca o crescimento da empresa, com a abertura de novas lojas e o avanço do digital, como menos dependente do cenário político e mais dependente de sua própria execução. O preço-alvo é de R$ 100,10.
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Assaí (SA:ASAI3) → Com seu modelo exclusivo de cash and carry que, até certo ponto, se beneficia do atual cenário de alta inflação, Serra acredita que o Assaí isso traga certa vantagem sob os concorrentes varejistas e capturar novos clientes em cima de outros formatos. O preço-alvo é de R$ 24,20.
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Petz (SA:PETZ3) → A Ativa espera que a Petz ganhe cada vez mais espaço em um mercado que ainda é muito pulverizado no Brasil, aliando expansão orgânica a aquisições assertivas que complementam seu ecossistema. O preço-alvo é de R$ 30,50.
Risco elevado
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Light (SA:LIGT3) → Apesar da Light ter sido um dos ativos que mais sofreram com a pandemia e a crise hídrica, Serra aponta que a empresa vem mostrando resiliência nos resultados e está comprometida com a melhora do seu aspecto qualitativo. Para o analista, em um cenário mais normalizado em 2022, a Light pode trazer bons resultados operacionais nos próximos trimestres. O preço-alvo é de R$ 17.
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Gerdau (SA:GGBR4) → Após um excelente ano de 2021, a Ativa entende que o momento da companhia é dotado de grande resiliência no Brasil e potencialidade na América do Norte. Além disso, a dinâmica dos setores de infraestrutura no Brasil e nos EUA durante 2022 pode seguir tracionada e compensar a estabilização na distribuição e em alguns setores da indústria. O preço-alvo é de R$ 36
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JBS (SA:JBSS3) → A Ativa destaca que mais de 70% de sua receita da JBS é proveniente de operações nos EUA, onde o setor de frigoríficos tem passado por um excelente ciclo, o que pode ser benéfico diante da volatilidade do mercado interno. Segundo Serra, a JBS também tem demonstrado facilidade em fazer o repasse de preços no mercado americano, que também atravessa um período de alta das carnes. O atual patamar do câmbio tem ocasionado forte geração de caixa dos frigoríficos, que apresentam endividamento baixíssimo em perspectiva histórica do setor. O preço-alvo é de R$ 49,20.