Investing.com – As ações da Camil (BVMF:CAML3) recuavam na tarde desta quarta-feira, 11, após a companhia reportar resultado fiscal do segundo trimestre com queda no lucro. A empresa de alimentos lucrou R$46,9 milhões no segundo trimestre fiscal, diminuição anual de 50,1%. Na base trimestral, a retração foi de 26,8%. Às 13h50 (de Brasília), os papéis perdiam quase 5%, a R$7,47.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) afirmou que a empresa estaria navegando contra o vento. A Camil reportou indicadores levemente melhores do que o esperado em um cenário desafiador, com Ebitda de R$210 milhões superior em 10% às projeções do banco diante de melhores margens e volumes que teriam sido impulsionados pela expansão das exportações de açúcar.
“Embora vejamos esta alternativa com margens apertadas, as condições no mercado interno permanecem relativamente inalteradas, com custos elevados e praticamente sem repasse. Os preços médios do segmento permaneceram estáveis no trimestre e a empresa ainda não capturou a recuperação de 27% nos preços do arroz desde junho, o que esperamos que ocorra no 3T24 do exercício financeiro”, destacam os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares. Por isso, o BofA possui classificação underperform, equivalente à venda, para as ações da Camil, com preço-alvo de R$7,60.
O Santander (BVMF:SANB11), por sua vez, afirma que a recuperação está em andamento e mantém classificação outperform para os papéis, equivalente à compra, com preço-alvo de R$11. No entendimento do Santander, o trimestre foi fraco conforme esperado, afetado pelo ambiente competitivo desafiador no mercado de açúcar e no cenário internacional.
Enquanto a maior rentabilidade em grãos esteve entre os pontos positivos, o Santander pondera, no entanto, que a alavancagem aumentou.
“Olhando para o futuro, continuamos acreditando que a tese de investimento e preço das ações da Camil permanecem condicionados a uma melhoria nas margens para as categorias de alta rotatividade (ou seja, açúcar) e aumento de suas recentes aquisições”, avaliam os analistas Rodrigo Almeida e Laura Hirata.
“Além disso, acreditamos que os resultados da Camil devem se beneficiar dos preços mais elevados do arroz no Brasil (dada a sua capacidade repasse de preços mais altos), o que esperamos que se traduza em maior Ebitda nominal nos próximos trimestres”, completam.