Investing.com - Na tarde desta quinta-feira, as ações do Bradesco (SA:BBDC4) operam em queda de 1,43% a R$ 30,91, após a divulgação do resultado trimestral. O banco teve lucro quase 10% maior, apoiado na robusta melhora no resultado de seguros e em menores despesas com provisões para calotes, linha para a qual o banco previu perdas menores em 2018.
A segunda maior instituição financeira privada do país anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido ajustado de R$ 5,161 bilhões de abril a junho, alta de 9,7% ante mesmo período de 2017.
O trimestre foi marcado por um repique na carteira de crédito, após vários trimestres em retração. No fim de junho, A carteira expandida de empréstimos do Bradesco era de 515,6 bilhões de reais, um salto sequencial de 6 por cento e de 4,5 por cento na comparação anual.
Na visão de analistas do Itaú BBA, o resultado no segundo trimestre mostrou sólido desempenho, com qualidade de crédito, enquanto a performance da tesouraria foi fraca e a taxa de juro efetiva foi maior do que o esperado. "A mudança no guidance foi uma indicação positiva", afirmaram em nota a clientes.
Para a Coinvalores, o resultado trimestral do banco trouxe uma série de notícias positivas, como a boa evolução nas receitas de prestação de serviços, a expansão no resultado de seguros, previdência e capitalização, a continuidade na retração nas despesas com PDD e até mesmo crescimento da carteira de crédito do banco em um período ainda muito complicado para a economia.
Apesar disso, os analistas ressaltam que a última linha trouxe alta foi de apenas 1,2% do que 1T18. O grande responsável por essa melhora ser apenas tímida foi o resultado de tesouraria do banco (ALM), que caiu de R$ 2,27 bilhões no trimestre anterior para R$ 1,86 bilhões.
Para a corretora, os números trimestrais podem ser visto de uma forma “agridoce”, já que os números de ALM podem pressionar os papéis no curto prazo.
Para a XP Investimentos o Bradesco reportou Lucro Líquido em linha com nossas expectativas no 2T18. A Margem Financeira Bruta atingiu R$ 15,0 bilhões, 3,6% abaixo da estimativa, contraindo 3,8% a/a e mantendo-se dentro do intervalo inferior do Guidance de 2018, (-4,0%).
Para os analistas, apesar do crescimento decepcionante da margem financeira, o lucro líquido apresentou crescimento de 9,7% a/a, impulsionado principalmente pela forte queda nas despesas de provisão (-31,2% a/a), e atingiu R$ 5,2 bilhões (ROE 18,4%).
Além de inadimplência e provisões, outros destaques foram: crescimento trimestral de 5,2% da carteira de crédito, que sugere um segundo semestre melhor e foi influenciado principalmente pelo forte crescimento de 7,5% da carteira corporativa; crescimento ainda sólido da receita de serviços de 6,9% a/a em função do desempenho de Conta Corrente e Cartão de Crédito e Resultado de Seguros, que apresentou expressivo crescimento de 23,8% a/a após um número decepcionante no 1T18.
A XP mantém a visão positiva com o Bradesco, com recomendação de Compra e Preço-Alvo de R$35,00.
Já a Mirae Asset avalia que o resultado divulgado pelo Santander (SA:SANB11) ontem veio acima do esperado e criou uma expectativa de que seus pares também superariam expectativas. No caso do Bradesco os números vieram bons e dentro do esperado, o que não tira o brilho pela qualidade apresentada.