PARIS (Reuters) - O gigante varejista europeu Carrefour (PA:CARR); (SA:CRFB3) recebeu uma abordagem de fusão da operadora canadense de lojas de conveniência Alimentation Couche-Tard (TSX:ATDb), fazendo com que as ações da empresa francesa subissem 13% nesta quarta-feira.
Espera-se que grupos europeus de supermercados busquem parcerias para conter a concorrência de rivais online como Amazon (NASDAQ:AMZN); (SA:AMZO34), mas o anúncio da Couche-Tard de que abriu negociações exploratórias com o Carrefour levantou dúvidas de analistas sobre o potencial de economia de custos ou compras.
A Couche-Tard, que tem como foco principal os postos de gasolina na América do Norte, estaria entrando em território que ainda não explorou com o Carrefour. O maior varejista da Europa Continental tem operações na Europa e no Brasil, incluindo seus hipermercados ao lado de cidades.
"Dada a natureza e localização dos negócios da ATD, vemos pouco espaço para sinergias", disseram analistas do Citi, acrescentando que a competição acirrada torna a França um mercado particularmente difícil.
Não ficou imediatamente claro se a Couche-Tard poderia tentar escolher a dedo as operações do Carrefour.
A Couche-Tard fez aquisições menores no passado, embora tenha sido considerada como pretendente em potencial para os postos de gasolina Speedway da Marathon Petroleum (NYSE:MPC); (SA:M1PC34) no ano passado, antes que outro comprador fechasse o negócio por 21 bilhões de dólares.
Não há certeza neste estágio de que essas discussões resultarão em qualquer acordo ou transação, disse a Couche-Tard.
O Carrefour, que descreveu a abordagem como amigável, disse que as negociações são preliminares, mas a notícia fez com que suas ações subissem 13,6% nesta quarta-feira.
A Bloomberg informou que a Couche-Tard estava discutindo uma oferta de cerca de 20 euros por ação, que avaliaria o Carrefour em 16,2 bilhões de euros.
A empresa emprega mais de 320 mil pessoas em todo o mundo, incluindo 105 mil na França, seu maior mercado. É também o maior empregador do setor privado da França.
"Se a transação potencial fosse apenas para o segmento de lojas de conveniência do Carrefour, poderíamos entender melhor a lógica estratégica", disseram analistas da Raymond James.
(Por Dominique Vidalon)