Investing.com – A Ambev (BVMF:ABEV3) divulgará os resultados do terceiro trimestre em 31 de outubro, quinta-feira, antes da abertura dos mercados. A percepção de analistas é de que as operações devem seguir fortes no Brasil, com vendas robustas de cerveja no país, mas o mesmo não pode ser dito para a atuação internacional, principalmente na vizinha Argentina.
“Brasil sustentando momentum positivo; internacional puxando para baixo”, destacou a XP Investimentos (BVMF:XPBR31) em relatório, mencionando que estas foram as mesmas tendências observadas em trimestres anteriores. Os analistas esperam um crescimento moderado no Ebitda, mas recuo no indicador de lucro por ação (LPA).
Fonte: InvestingPro
Mercado brasileiro deve ser destaque novamente
A Ambev deve reportar resultados sólidos, espera o Bank of America (NYSE:BAC), mais otimista, ao enxergar robustez na demanda por cerveja no Brasil, com volumes aumentando 3,4% ano a ano.
Os resultados operacionais devem ser impulsionados pela forte demanda por cerveja e refrigerantes, além de expansão nas margens na base anual.
“A demanda por cerveja no Brasil tem sido forte, os preços subiram ligeiramente no trimestre”, aponta o BofA, na expectativa de aumento sequencial da receita por litro de cerveja.
Enquanto isso, os volumes e preços de bebidas não alcoólicas devem impulsionar o Ebitda, mesmo com pressão dos custos mais altos do açúcar.
O Itaú BBA está menos otimista e aguarda por resultados mais fracos do que o esperado no mercado, diante de projeções conservadoras para volumes, preços e despesas gerais e administrativa.
“Embora esses resultados não indiquem fraqueza para a Ambev, acreditamos que alguma revisão para baixo poderia ser precificada, especialmente porque as expectativas pareciam estar ancoradas em níveis mais elevados após os números da produção de cerveja”, ponderam os analistas do Itaú BBA. A projeção é de crescimento de 2,5% nos volumes e um de 4,5% nas receitas por hectolitro no segmento.
Cenário externo continua desafiador
A performance no mercado externo deve continuar a enfrentar desafios. As principais dificuldades devem ser registradas no Canadá e América Latina do Sul, enquanto, por outro lado, os dados devem ser sólidos na América Central e Caribe, levando a indicadores mistos nas operações internacionais como um todo.
“O consumo na Argentina continua muito fraco, embora o terceiro trimestre tenha uma comparação mais fácil; enquanto o desempenho da indústria no Canadá é difícil, limitando a diluição de custos”, explica o BofA.
“As fracas condições macroeconômicas continuam a pressionar negativamente os resultados, particularmente na Argentina, embora não tão severamente como no primeiro semestre”, adiciona o Itaú BBA.
A XP vai na mesma linha que os outros analistas, indicando continuidade da recuperação do CAC, mas momentum fraco na indústria no Canadá e menores volumes na América Latina do Sul com dificuldades macros e preços menores diante do câmbio.
Veja algumas das projeções de mercado
- InvestingPro: O InvestingPro, plataforma premium do Investing.com, indica um lucro por ação (LPA) de R$0,22, com uma receita de R$21,884 bilhões. Veja análises de resultados projetados versus o reportado e reações do preço da ação após o balanço ao ser um usuário da plataforma.
- Consenso: As projeções consensuais apontam para uma receita de R$22,004 bilhões, Ebitda de R$7,018 bilhões e lucro líquido de R$3,680 bilhões, com margem Ebitda de 30,3% e margem líquida de 15,9%.
- BofA: O Bank of America espera um Ebitda de R$6,9 bilhões e lucro líquido de R$3,5 bilhões.
- BTG: As estimativas do BTG são de receita de R$23,179 bilhões, Ebitda de R$7,181 bilhões e lucro líquido de R$3,585 bilhões.
- Itaú BBA: O Itaú BBA espera um Ebitda consolidado de R$6,9 bilhões, com um lucro líquido de R$3,5 bilhões.
- XP: A XP estima receita de R$20,879 bilhões, Ebitda de R$6,741 bilhões e um lucro de R$3,415 bilhões.