Investing.com – Tendência antecipada por analistas, as operações brasileiras da Ambev (BVMF:ABEV3) registraram alta nos volumes no terceiro trimestre deste ano, mas o mercado externo segue desafiador. Apesar de uma queda nos volumes vendidos, de forma geral, a receita total seguiu robusta e cresceu na base anual, enquanto a companhia busca estratégias para impulsionar as margens. Em repercussão ao balanço trimestral divulgado nesta quinta-feira, 31 de outubro, as ações recuavam 2,09% às 14h14 (de Brasília), cotadas a R$12,66.
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O lucro líquido ajustado da Ambev somou R$3,579 bilhões no terceiro trimestre, uma queda anual de 11,4%, enquanto a receita líquida subiu 8,8% na mesma análise, para R$22,096 bilhões. O Ebitda ajustado atingiu R$7,063 bilhões, um incremento de 7,3% ano a ano.
Volumes recuam no agregado, principalmente na AL
Os volumes recuaram 0,6% em uma base anual. As marcas premium e super premium de cerveja tiveram volumes elevados, assim como as ‘low teens’, enquanto as marcas ‘core’ caíram um dígito baixo, destacou a empresa em release de resultados.
No Brasil, o volume subiu 1,3%, sendo a alta no segmento de cervejas de 0,6% e no segmento de bebidas não alcoólicas de 3,4%. O mercado internacional apresenta desafios para a fabricante de bebidas. A América Central e Caribe registrou um recuo de 0,5% nos volumes totais. A América Latina do Sul, com dificuldades na Argentina, apresentou uma queda de 7,7% nos volumes, enquanto o Canadá também teve retração, mas menos expressiva, em 1,4%.
Analistas divergem sobre avaliação
O balanço foi ligeiramente negativo, na opinião do Itaú BBA, com dados considerados mistos. “Embora os números gerais tenham ficado aproximadamente alinhados com nossas estimativas, observamos que a dinâmica do faturamento suave na Cerveja Brasil, impulsionada tanto pelos volumes quanto pelos preços, poderia definir o tom para a tese de investimento no curto prazo”, destacou o Itaú BBA, que possui indicação market perform para Ambev, equivalente à neutra, com preço-alvo de R$15.
Os dados foram avaliados como ligeiramente positivos pelo BB Investimentos, que avaliou o trimestre como sem brilho, no entanto. “Apesar dos segmentos Brasil e CAC terem reportado números mais fracos do que as nossas estimativas em termos de crescimento de volume, vimos surpresas positivas nos segmentos LAS e Canadá, para os quais esperávamos retrações mais fortes em termos de volume”, ponderou o BB Investimentos, que recomenda compra para Ambev, com preço-alvo de R$16.
Mais otimista, o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA), que indica compra para a ação, com preço-alvo de R$15,50, percebeu os dados como fortes. O lucro por ação (LPA) de R$ 0,22 veio conforme estimado pelo BofA, com queda anual de 12% diante de maior taxa efetiva de imposto.
Ainda que os dados tenham ficado em linha com o previsto, os volumes de cerveja no Brasil vieram abaixo do esperado. Apesar dos volumes menores do que previsto no mercado doméstico, as margens vieram ligeiramente melhores. A Argentina segue como desafio no mercado externo, mas o banco considera que os dados poderiam ter sido piores.
“A dinâmica na cerveja brasileira permaneceu semelhante ao primeiro semestre, com cerveja premium forte, alguma competição no núcleo, preços impactados por impostos, mas ainda acima dos custos”, detalha o BofA, citando ainda como ponto positivo o programa de recompra anunciado pela companhia, também mencionado pelo Itaú BBA.