A Ambev (BVMF:ABEV3) apresentou lucro líquido consolidado de R$ 4,528 bilhões no quarto trimestre de 2023, o que representa uma queda de 10,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. A empresa também divulgou lucro líquido ajustado, de R$ 4,667 bilhões, montante 11,9% menor que o apurado um ano antes.
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O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 7,151 bilhões, montante 0,6% maior ante igual etapa do ano anterior no conceito reportado e avanço de 49% no conceito orgânico.
Segundo a empresa, a queda do lucro ocorreu devido à depreciação cambial na Argentina e ao faseamento das provisões de dedutibilidade fiscal do JCP.
A receita líquida somou R$ 19,989 bilhões entre outubro e dezembro, uma queda de 11,9% ante um ano antes no conceito reportado, mas avanço de 29,5% no conceito orgânico. Em seu release de resultados, a empresa destaca que o desempenho foi impulsionado pelo crescimento da receita líquida por hectolitro ("ROL/hl") de 29,7% no trimestre.
Os volumes consolidados do último trimestre de 2023 ficaram praticamente estáveis, uma vez que o crescimento na América Central e Caribe (CAC) (+7,7%) e no Brasil (+0,8%) foi compensado pela América Latina Sul (LAS) (-3,8%) e Canadá (-7,4%), onde os volumes continuaram a ser impactados principalmente pelo declínio das indústrias.
O resultado financeiro líquido do quarto trimestre ficou negativo em R$ 700,5 milhões, uma redução de R$ 379,4 milhões em relação ao mesmo intervalo de 2022.
2024
A empresa destaca em seu release de resultados que começou o ano mais bem posicionada do que começou 2023. "Nossas marcas estão mais saudáveis, o pipeline de inovação continua sólido e a estratégia digital está funcionando. Além disso, esperamos enfrentar menos pressão de custos dados os ventos favoráveis das commodities e do câmbio, parcialmente compensados pelo mix e por ajuste de contas a pagar a valor justo (em razão de menor taxa de juros) no Brasil", afirma.
A Ambev detalha ainda que, assumindo os preços atuais das commodities e do câmbio (hedge real/dólar para 2024 em 4,97), espera que o CPV por hectolitro excluindo depreciação e amortização em Cerveja Brasil (excluindo produtos de marketplace não Ambev) diminua entre 0,5% e 3,0% no ano.
Sobre a Argentina, a empresa afirma que após a desvalorização do peso argentino em dezembro, espera um início de ano difícil, uma vez que a economia se ajusta a um ambiente inflacionário mais alto. "Embora comecemos o ano sem cobertura de hedge cambial, nos adaptamos rapidamente e continuaremos a nos concentrar em melhorar nossa geração de fluxo de caixa livre em dólar", diz.
No Brasil, lembra, a legislação promulgada em dezembro de 2023, com efeito a partir de janeiro de 2024, alterou as regras relacionadas à dedutibilidade para fins de imposto de renda do JCP e de subvenções governamentais de ICMS.
"Em relação ao JCP, a principal mudança é que determinados montantes registrados na linha de "Ajuste de Avaliação Patrimonial" serão agora considerados para fins do cálculo da base do JCP, resultando em uma redução de tal base. Quanto às subvenções governamentais de ICMS, dado que a constitucionalidade das alterações legislativas tem sido questionada por várias partes, a extensão do impacto (se houver) permanece indefinida", observa.
Em resumo, a empresa diz que trabalha para entregar mais um ano de crescimento da receita líquida e do Ebitda, bem como expansão das margens bruta e Ebitda, impulsionados por um melhor equilíbrio entre o crescimento do volume e da ROL/hl, e disciplina na gestão de custos e despesas.