Por Gabriel Codas
Investing.com - O grupo Ânima (SA:ANIM3) entrou na disputa com a Ser Educacional (SA:SEER3) e a Yduqs (SA:YDUQ3) para a aquisição da operação brasileira do grupo Laureate, empresa americana que no Brasil é dona da Anhembi Morumbi, entre outras instituições de ensino superior. As informações são da edição desta quarta-feira do jornal Valor Econômico.
Por volta das 11h36, os papéis da Ânima tinham alta de 1,69% a R$ 31,22, oscilando entre mínima de R$ 30,87 e máxima de R$ 31,22, com R$ 3,06 milhões de volume negociado. Enquanto os papéis da Yduqs tinham alta de 3,50% a R$ 30,74 - próximo à máxima do dia - e os da Ser subiam 2,79% a R$ 16,24. O Ibovespa recuava 0,28% a 100.020 pontos.
A reportagem cita fontes que afirmam que as negociações com os três interessados já estavam sendo analisadas, mas não em estágio avançado. Na noite de domingo, quando a Ser anunciou o valor de sua oferta, o Goldman Sachs, que está assessorando a Laureate, forçou os outros dois grupos a correr com suas propostas, que devem ser apresentadas até o dia 13 de outubro. É justamente por isso que deixou no contrato com a Ser a cláusula de “go shop” [aberta à oferta de terceiros].
Apesar da oferta da Ser ter sido a primeira, é apontada como a menos interessante, explica o jornal, uma vez que envolve a troca de ações em um volume muito expressivo. Pelos termos, seriam 101 milhões de ações, que representam 44% do capital da companhia fundada por Janguiê Diniz.
A questão é que a americana Laureate quer se desfazer de todo o negócio de educação no mundo ainda neste ano. Caso aceite a oferta da Ser, vai representar que precisa ficar com os ativos até o ano que vem, depois que a operação seja aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e, posteriormente, seja estruturada a emissão de ADRs em bolsa americana.
A publicação informa que há muitas sinergias possíveis entre os negócios da Laureate e Ânima, que trabalham com mensalidades semelhantes, tem menor risco de Cade e atuam com cursos de medicina. “A Ânima gosta desses processos transformacionais. Já havia tentado com Whitney [grupo americano]. Ela precisaria fazer um follow on e caso fosse preciso, esse é um bom momento para uma troca de ações porque o seu papel está valorizado”, disse ao jornal um analista que acompanha o setor. O problema é que, a proposta da Ânima não deve envolver uma diluição dos controladores tão relevante quanto a oferta feita pela Ser.
O acordo apresentado pela Ser prevê pagamento em dinheiro de R$ 1,7 bilhão, assunção de dívidas de R$ 623 milhões, além de troca de ações. Caso, a Laureate feche com outro grupo, pagará R$ 180 milhões em indenização.