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Apesar de alta externa, Ibovespa oscila com queda em ações do setor metálico

Publicado 21.06.2021, 08:18
© Reuters.  Apesar de alta externa, Ibovespa oscila com queda em ações do setor metálico
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O Ibovespa tentou subir na manhã desta segunda-feira, em sintonia com o exterior, depois de uma abertura negativa, com a mínima atingindo 128.04,98 pontos. Contudo, segue sem direção, limitado pelo declínio das ações ligadas a commodities metálicas, enquanto Petrobras (SA:PETR4) vai na contramão e sobe. Também de olho no exterior, o dólar cai para a faixa de R$ 5,04, recuo visto ainda na maioria das taxas futuras de juros.

Como esses papéis ligados e co-ligados ao minério de ferro têm relevância na composição do Ibovespa, o impacto é negativo, observa Pietra Guerra, analista da Clear Corretora.

O minério fechou em queda de 4,91%, hoje, no porto chinês de Qingdao, a US$ 208,15, e teve tombo de 8,79% na Bolsa de Dalian. Os declínios refletem relatos de que a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC) quer reprimir a acumulação e a especulação no mercado à vista da commodity. Já o petróleo passou a subir, puxando os papéis da Petrobras para cima.

O Ibovespa oscila mesmo com a recuperação de parte das quedas das bolsas americanas na semana passada e apesar da expectativa de aprovação da MP da Eletrobras (SA:ELET3), que abre caminho para sua privatização. No entanto, por ora, o forte recuo nas cotações do minério de ferro na China, reagindo a sinais de intervenção do governo para conter o avanço dos preços, pesam mais na B3 (SA:B3SA3), com o Ibovespa sem forças para retomar os 129 mil pontos.

Na sexta-feira, o índice Bovespa fechou em alta de 0,27%, aos 128.405,35 pontos. Às 11h06 desta segunda, cedia 0,05%, aos 128.306,30 pontos, após máxima diária aos 128.585,86 pontos.

Hoje, a agenda é esvaziada aqui e lá fora, o que favorece a instabilidade, enquanto os mercados esperam as divulgações ganharem tração esta semana. Isso deve acontecer a partir de amanhã, quando será informada a ata do Copom que elevou a Selic de 3,50% para 4,25% na semana passada e indicou novo ajuste em agosto de até um ponto porcentual, para alguns.

Além disso, sairão o PIB dos Estados Unidos do primeiro trimestre, índices de inflação do país, decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e IPCA-15 e Relatório Trimestral de Inflação (RTI) no Brasil.

O pano de fundo nos mercados continua sendo o temor de retirada de estímulos monetários, observa em nota o economista-chefe do BV, Roberto Padovani. Na semana passada o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) adotou um tom mais duro, sinalizando alta do juro básico em 2023, e não mais em 2024. Por isso, a agenda desta semana é esperada com grande expectativa. "Mas hoje a agenda é leve. Há certo otimismo externo, apesar da abertura ter alguma volatilidade", cita.

Contudo, o investidor está de olho nas palavras do presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan (não vota), e de St. Louis, James Bullard (não vota), para ver se haverá algum indício sobre a política montaria americana e sobre o início da retirada do tapering, dos estímulos. Segundo Kaplan, ainda levará algum tempo até termos 'tapering' organizado e funcionando.

Já a expectativa de aprovação da MP da Eletrobras na Câmara, já que prazo para que isso aconteça termina amanhã, pode gerar nova alta aos papéis, que subiram cerca de 6% na sexta-feira. Como destaca a CM Capital, em relatório, hoje, a MP da Eletrobras será votada na Câmara dos Deputados. "A expectativa é de que a medida seja aprovada sem maiores problemas." As ações subiam 0,83% (PNB) e 0,50% (ON) às 11h09.

Além disso, acrescenta a CM, nos próximos dias, o presidente Jair Bolsonaro deve anunciar um pacote de projetos que inclui a extensão do auxílio emergencial e a reformulação do Bolsa Família, que deve ser reajustado em aproximadamente 50% e ampliar a base de beneficiados em cerca de 2 milhões. Ainda nesta semana, a medida provisória 1034/21, que aumenta o CSLL para bancos, deve ser votada no Senado, completa.

Vale ponderar que a liberação de novos recursos pelo governo tende a incomodar o mercado, que tem sentido alívio com a recuperação da atividade que, por sua vez, tem melhorado a arrecadação e as contas públicas.

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