Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quinta-feira, após duas altas seguidas, tendo como pano de fundo viés negativo no exterior e nova pesquisa eleitoral mostrando um cenário ainda competitivo entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial, principalmente em um eventual segundo turno.
Às 10:50, o índice de referência do mercado acionário brasileiro caía 0,76 por cento, a 82.639,8 pontos. O volume financeiro somava 1,33 bilhão de reais.
Nos últimos dois pregões, o Ibovespa acumulou alta de 5,9 por cento.
Levantamento Ibope divulgado na noite de quarta-feira mostrou Bolsonaro com 32 por cento das intenções de voto, enquanto Haddad registrou 23 por cento. No levantamento anterior o candidato do PSL aparecia com 31 por cento e o petista somava 21 por cento.
Na simulação de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, o petista teria 43 por cento dos votos, contra 41 por cento do candidato do PSL. Como a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, os dois estão em empate técnico.
Na visão da corretora Brasil Plural (SA:BPFF11), os números mostram que o forte crescimento de Bolsonaro apontado em pesquisa anterior mostrou acomodação e sugerem que a solução da eleição em primeiro turno ficou mais distante, embora não descarte novas alterações no cenário.
"O cenário mais provável, nesse momento, é mesmo a realização de segundo turno entre os candidatos do PSL e do PT", afirmou a equipe da Brasil Plural em nota distribuída a clientes, chamando a atenção ainda para pesquisa Datafolha prevista para a noite desta quinta-feira.
A pauta da noite também prevê debate entre os presidenciáveis na TV Globo, mas sem a presença de Bolsonaro por recomendação médica.
No exterior, a equipe da corretora Ágora destacou que o clima é de maior aversão a risco, em sessão de poucos indicadores relevantes. Em Wall Street, os principais índices acionários mostravam fraqueza na abertura, afetados pelo avanço nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano.
O movimento nos Treasuries era apoiado particularmente em robustos dados econômicos recentes e na visão otimista do Federal Reserve, o banco central dos EUA, para a maior economia do mundo. O yield do título de 10 anos situava-se ao redor de 3,18 por cento, ante 3,16 por cento na véspera.
DESTAQUES
- ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) e ELETROBRAS ON (SA:ELET3) recuavam 3,58 e 2,5 por cento, respectivamente, corrigindo um pouco os fortes ganhos nos últimos pregões.
- BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) perdia 1,11 por cento, desta vez capitaneando as perdas dos bancos, que também subiram fortemente nas últimas duas sessões. ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) cedia 1,2 por cento, BRADESCO PN (SA:BBDC4) caía 0,96 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) recuava 0,33 por cento.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caía 1,93 por cento, acompanhando o ajuste negativo de outras empresas de controle estatal que também se valorizaram fortemente neste semana por expectativas com o desfecho eleitoral, e tendo ainda de pano de fundo o recuo dos preço do petróleo no exterior.
- VIA VAREJO UNIT (SA:VVAR11) cedia 4,5 por cento, liderando as perdas do setor de varejo e do Ibovespa.
- SUZANO ON subia 0,63 por cento, ensaiando recuperação após fortes perdas nesta semana, embora ainda acumule expressiva valorização em 2018, de cerca de 140 por cento.
- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) valorizava-se 0,25 por cento, tendo no radar anúncio de aumento de preço para o polietileno (PE) e para polipropileno (PP) a partir deste mês, conforme noticiado pelo jornal Valor Econômico nesta quinta-feira.
- VALE (SA:VALE3) subia 0,37 por cento, alinhada ao movimento positivo de outras mineradoras no exterior.