Arena do Pavini - A alta dos preços das ações em julho reduziu o potencial de retorno em dividendos pagos pelas empresas, uma vez que o investimento inicial na compra dos papéis está mais alto. Mas, em compensação, diante de ganhos melhores neste ano, muitas estão anunciando pagamentos extras aos acionistas junto dos balanços do segundo trimestre, que fecham o semestre, caso do Itaú, da Vale, que entraram na lista das preferidas pelas corretoras deste mês, ou mesmo da Petrobras (SA:PETR4), que voltou a distribuir parte do lucro aos acionistas depois de colocar as contas em ordem. A estatal do petróleo, porém, ainda está longe de entrar na lista de boas pagadoras de dividendos.
Algumas ações continuam liderando a preferência das corretoras em termos de dividendos, caso da Taesa, com oito indicações entre as 12 corretoras acompanhadas pelo Portal do Pavini. Um retorno em dividendos de 10% ao ano projetado de acordo com os lucros estimados para 2018, segundo algumas corretoras, justifica essa preferência pela unit (recito de ações) da empresa. O mesmo vale para AES Tietê, com estimativas de retorno de até 12% ao ano.
As ações de dividendos costumam servir também de opção em momentos de maior incerteza dos mercados, já que em geral são empresas mais maduras e com retornos mais constantes e mais resistentes a crises. E contam com a vantagem da isenção de imposto sobre os dividendos, a menos por enquanto, já que a tributação voltou a constar das propostas de vários candidatos a presidente.
Confira abaixo as ações mais citadas pelos analistas e, abaixo, as indicações de cada corretora.
As preferidas em dividendos |
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Agosto | Indicações |
Taesa (SA:TAEE11) | 8 |
AES Tietê (SA:TIET11) | 6 |
Telefônica Brasil (SA:VIVT4) | 5 |
Banrisul (SA:BRSR6) | 4 |
Engie (SA:EGIE3) | 4 |
Itaú Unibanco (SA:ITUB4) | 4 |
Vale (SA:VALE3) | 4 |
BB Seguridade (SA:BBSE3) | 3 |
Comgás (SA:CGAS5) | 3 |
IRB ON (SA:IRBR3) | 3 |
MRV Engenharia (SA:MRVE3) | 3 |
Smiles (SA:SMLS3) | 3 |
Transmissão Paulista (SA:TRPL4) | 3 |
A Guide Investimentos destaca que sua carteira de Dividendos apresentou um desempenho positivo, mas abaixo do índice de referência, o Índice de Dividendos da B3 (IDIV). Do lado positivo, a corretora destacou a forte performance de Vale, após fortes números do segundo trimestre e expectativa positiva com relação aos dividendos. Do lado negativo, destaque para Copel (SA:CPLE6), que recuou em meio às investigações da Polícia Federal sobre suas subsidiárias.
Assim, no mês, a Carteira de Dividendos da Guide apresentou uma alta de 6,4%, enquanto o índice de Dividendos avançou 7,3% no mesmo período, menos que os 8,9% do Índice Bovespa. No ano, a corretora observa que supera o índice, com alta de 14,3%, enquanto o IDIV segue próximo da estabilidade.
Para agosto, a Guide trocou um papel apenas, para reduzir a volatilidade. Saiu Copel (em meio ao risco eleitoral e investigações recentes sobre os investimentos em algumas de suas controladas) e entrou Engie, que detém uma das melhores administrações entre as empresas do setor elétrico e um “dividend yield” atrativo, em torno de 10% ao ano.
A taxa de dividendo anual (dividend yield) estimado para a carteira para os próximos 12 meses está por volta de 6,3%.
Já a XP manteve em sua carteira Taesa e Engie, do setor elétrico, setores tradicionalmente defensivos e pagadores de dividendos. Itaú Unibanco continua, pois a corretora vê um fluxo crescente de dividendos. Vale é indicada porque a corretora vê a empresa entrando no maior ciclo de dividendos da sua história. O destaque negativo em julho foi a Vivo, que caiu 10% no mês, com preocupações do mercado em relação à competição e as perspectivas de crescimento da sua margem. Com base nessas preocupações, e visando trazer menos volatilidade, a XP trocou Vivo por AES Tietê, papel no qual vê um ponto de entrada interessante, e um retorno em dividendos em torno de 10% este ano, com risco de surpresa positiva no ano que vem.
Por Arena do Pavini