Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - A tendência de que a alta de juros incentive os investidores a migrarem da renda variável para a fixa pôde ser observada no balanço do segundo trimestre da B3 (BVMF:B3SA3). Essa é a visão que os analistas da Genial Investimentos tiveram sobre os números apresentados pela companhia.
Às 14h40, as ações da B3 subiam 3,87%, a R$ 12,62. No mesmo horário, o Ibovespa subia 1,99%, a 111.896 pontos.
Segundo o relatório assinado pelos analistas Eduardo Nishio e Bruno Bandiera da Genial, a alta de Selic, as despesas pressionadas pela inflação, investimentos e o menor resultado financeiro fizeram com que o lucro reportado da B3 caísse 8,5% sobre o 2T21 e 0,8% sobre o 1T22, para R$ 1,1 bilhão.
“Sem muito momentum por parte do volume, não vemos grandes gatilhos de curto prazo. Mas colocando em perspectiva a magnitude e a velocidade da alta dos juros, os volumes da B3 até que tem se comportado com grande resiliência”, destaca o relatório da Genial.
As receitas líquidas caíram 1,9% no trimestre e 7,35 no ano, para R$ 2,24 bilhões no 2T22. O fraco desempenho foi resultado dos menores volumes negociados no segmento de ações, que corresponde a 42% da receita total. O volume médio diário negociado de ações caiu 9,9% no trimestre e 15,4% no ano, com a receita retraindo 7% e 14% na comparação com os dois períodos anteriores.
As ações da empresa estão com um valuation de 14,2x P/L 22 (com benefício fiscal) e 17,2x P/L 22 (lucro reportado), segundo cálculos da corretora. Isso significa que a B3 está negociando com um grande desconto quando comparada com exchanges de outros países, que possuem múltiplos acima de 25x P/L22.
Assim, a Genial acredita que com a melhora do cenário macroeconômico, com o fim do ciclo de alta de juros, pode contribuir para a recuperação dos volumes e resultados. Assim, a Genial mantém a sua indicação de compra sobre as ações da B3, com preço-alvo em R$ 16.