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Balanços: Com 1T23 impactado por juros, o que esperar dos próximos resultados?

Publicado 05.06.2023, 20:38
Atualizado 05.06.2023, 20:38
© Reuters.

Investing.com – Após um primeiro trimestre com dados financeiros considerados de mistos a abaixo do esperado por analistas, a expectativa é de que fatores que pressionaram os primeiros três meses do ano continuem a afetar dados financeiros de muitas empresas, incluindo os juros em patamares elevados.

Estudo da Economatica com as demonstrações financeiras de mais de 300 empresas mostra que houve crescimento de receitas, lucro e EBIT entre o último trimestre de 2021 até o terceiro trimestre de 2022. No entanto, os dois balanços seguintes foram de queda considerável na receita e no lucro bruto.

“Mais evidente ainda foi a retração na última linha de resultados, o lucro líquido, que sofreu uma compressão significativamente maior”, destacou a Economatica em nota ao mercado.

Na comparação entre o 1T23 e o 1T22, a tendência verificada foi de aumento da receita trimestral consolidada, mas diminuição no Ebitda e no lucro líquido, este caindo 37% no agregado do primeiro trimestre de 2023 em comparação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado em doze meses, a retração foi ainda maior, atingindo um recuo de 22,85%.

Os maiores lucros foram registrados por companhias como Petrobras (BVMF:PETR4) e Vale (BVMF:VALE3), ainda que com recuo de 14% e 59% frente aos mesmos meses de 2022, respectivamente.

Das 312 empresas avaliadas no levantamento da Economatica, 31%, reportaram prejuízos no primeiro trimestre, com maiores impactos no setor de frigoríficos. Enquanto isso, considerando um período de doze meses, o maior prejuízo da Light (BVMF:LIGT3).

Setores

A margem bruta piorou em setores como mineração e petróleo, centrais na bolsa brasileira e com forte concentração no índice Ibovespa. Na margem líquida, o setor de viagens e lazer apresentou a melhor variação, enquanto a pior performance foi verificada no setor de gás.

Fernando Siqueira, head de research da Guide Investimentos, avalia que os balanços vieram, em média, um pouco abaixo do esperado, incluindo companhias com grande peso, como no caso da companhia de mineração Vale. Além dela, outras empresas mais robustas, com JBS (BVMF:JBSS3), também reportaram dados financeiros inferiores às projeções.

Em contraponto, Siqueira elenca balanços positivos de companhias do setor de saúde, educação e concessão rodoviária com tendência de melhora, assim como alguns nomes do varejo. “Foi uma temporada um pouco mista, algumas empresas conseguem mostrar sinais de recuperação, ao passo que alguns outros pesos pesados do índice que já vinham divulgando resultados fracos, continuaram com resultados ruins”.

Carlos André Vieira, analista-chefe do TC, concordou que os dados foram inferiores às projeções, de forma geral, com deterioração dos indicadores. Vieira lembra que, no setor bancário, os dados vieram acima esperado, principalmente porque a base de comparação anterior era muito ruim, sobretudo pelo caso Americanas. “No quarto trimestre, as instituições financeiras apresentaram um resultado muito baixo, por causa da exposição que tinham na Americanas (BVMF:AMER3), reduzindo bastante seu lucro”, aponta. Já as commodities reportaram resultados menores, com queda no dólar e menores preços de petróleo e minério de ferro.  No mercado interno, principalmente serviços e varejo tiveram deterioração nos resultados.

Entre os destaques positivos, Vieira cita Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), com receios anteriores de interferência política. Como destaque negativo, o TC aponta a fabricante de armas Taurus (BVMF:TASA4). “O resultado da Taurus no Brasil atrapalhou bastante o seu resultado geral e a empresa apresentou uma queda gigantesca no seu resultado líquido”, lamenta.

Para Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos, a temporada de resultados veio mista, sem grandes tendências. “Foi possível notar uma desaceleração devido ao cenário econômico menos aquecido, principalmente por conta dos juros, o que acabou massacrando o resultado financeiro de muitas empresas, principalmente as mais endividadas. Foi possível notar deterioração financeira, aumento da alavancagem, assim como uma demanda mais desaquecida”, reforça. O setor de consumo teria sido o que mais sofreu tanto em demanda quanto endividamento. “Empresas de commodities também tiveram resultados mais fracos, com cotações em baixa. Entre os destaques positivos, Itaú (BVMF:ITUB4) conseguiu manejar bem portfólio de crédito e inadimplência”, compara.

Moura pondera que é importante notar que o balanço é um dado defasado e que as empresas começam a reagir, tendo em vista que o mercado já começa a antecipar uma melhora dos resultados em virtude da tendencia de queda na Selic – ainda que haja divergência sobre quando isso pode ocorrer.

O que esperar dos balanços do segundo trimestre?

Na avaliação de Moura, da Finacap, o segundo trimestre ainda deve trazer dados que preocupam, diante de juros em patamares elevados. “Pode haver melhora na margem, mas em termos de fundamentos, a melhora não deve ser tão expressiva. Só será possível ver efeitos maiores na queda dos juros nos balanços do quarto trimestre”, completa. No entanto, o pior momento já teria passado e agora seria a hora da inflexão. O segundo trimestre, desta forma, não deve ser muito forte, mas em linha ou um pouco melhor do que o primeiro.

Siqueira, da Guide, espera que companhias de siderurgia e mineração continuem a apresentar dados mais fracos, com os patamares ainda baixos dos preços do minério de ferro e aço. No entanto, saúde e educação, que apresentam um processo de melhora, devem continuar nesse ritmo.

A expectativa de Vieira, do TC, é de um segundo trimestre com resultados ainda ruins devido a taxa de juros, após diversos anúncios de falência e de recuperação judicial. Enquanto o analista estima bons resultados novamente para o BB, a situação deve complicar para os frigoríficos, com mudanças no ciclo do gado levando a diminuição das margens.

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