Investing.com - Com a temporada de relatórios financeiros chegando ao fim em Wall Street, já pode-se ver que o balanço do segundo trimestre teve seus contrastes.
Por um lado, quase 8 em cada 10 empresas superaram as previsões nos lucros reportados para o período de abril a junho; mas isso implicou uma queda de 3,8% nos lucros das empresas listadas em Nova York, segundo cálculos de analistas do Intercam Banco.
“No entanto, se excluirmos o setor de energia, a queda seria de 2,50%. Dessa forma, a normalização dos preços das commodities continua após as várias interrupções nas cadeias de suprimentos em 2022”, disseram os analistas.
Mas a surpresa positiva estaria no lucro médio, que está em 7,70%, acima da média desde 1994 de 4,10% e dos últimos 4 trimestres de 4,20%.
O segundo trimestre também foi marcado pela desvalorização do dólar frente a diversas moedas estrangeiras, mas isso não ajudou as empresas com maior exposição às receitas internacionais.
“Estima-se que as empresas cuja receita gerada dentro dos Estados Unidos seja superior a 50% terão um crescimento de lucro de 2,70%, enquanto aquelas cuja receita vem principalmente do exterior teriam uma queda de 18,70%. Isso se deve em grande parte a algumas empresas energéticas e farmacêuticas, sem as quais essa queda dramática de 18,70% diminuiria até atingir o patamar de -0,70%”, comentaram.
Setor de consumo lidera
Os analistas do Intercam Banco destacaram o crescimento dos lucros no setor de consumo discricionário, onde uma resiliência no consumo e a normalização das cadeias de suprimentos permitiram a expansão de seus lucros de forma agregada em 52,30%, onde os lucros devem somar até US$ 40,500 trilhões, face a US$ 26,600 trilhões no segundo trimestre de 2022.
Entre os resultados mais notáveis durante o trimestre estão: Caesars Entertainment (US$ 4,26 contra estimativa de 0,33), Amazon.com (NASDAQ:AMZN) (US$ 0,65 contra estimativa de 0,33), CarMax Inc (NYSE:KMX)($ 1,44 vs. 0,79 esperado), Newell Brands Inc (NASDAQ:NWL) ($ 0,24 vs. 0,13 esperado), D.R. Horton (NYSE:DHI) (US$ 3,90 contra US$ 2,82 estimado) e Ford Motor (NYSE:F) (US$ 0,72 contra US$ 0,54 projetado); que tiveram as maiores surpresas positivas em lucro por ação”, comentaram.
A expectativa é de que o setor tenha um crescimento de 21,50% no terceiro trimestre.
Serviços de comunicação podem liderar 3T
O setor dos serviços de comunicação registou o segundo maior crescimento nos lucros, de 16%, e estima-se que os seus lucros teriam totalizado US$ 43,3 trilhões no segundo trimestre de 2023, contra US$ 37,3 trilhões no mesmo trimestre do ano anterior.
“Das 9 sub-indústrias, 6 deverão registar um aumento nos lucros, onde as que teriam maior expansão seriam os serviços de telecomunicações sem fios (2.166,70%) e entretenimento doméstico interativo (93,10%); sem esses subsetores a taxa de crescimento cairia para 11,70%”, detalham os analistas.
A expectativa é de que o setor tenha um crescimento de 34,50% no terceiro trimestre, sendo o setor que teria maior crescimento, acima do setor de consumo.
Energia, o perdedor
O setor energético foi o que mais perdeu em termos de crescimento dos lucros, tendo registado uma contração de 47,7%, já que teria entregue um lucro total de US$ 30,4 trilhões, abaixo dos US$ 58,3 trilhões do ano anterior.
“Finalmente, espera-se que essa queda continue, mas gradualmente moderando, com a estimativa de -40,50% e -27,4% para o 3T23 e 4T23, respectivamente”, acrescentaram os analistas.