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Bancos de investimentos globais enfrentam tempos difíceis após recorde em 2021

Publicado 10.06.2022, 13:42
Atualizado 10.06.2022, 15:15
© Reuters. Vista do distrito financeiro de Londres, Reino Unido
18/05/2022
REUTERS/Hannah McKay/File Photo
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Por Saeed Azhar e Sinéad Carew

(Reuters) - Uma escassez de IPOs, queda nos preços das ações e desaceleração do crescimento econômico global estão encobrindo as perspectivas de receita dos bancos de investimentos globais depois que os gastos de governos e bancos centrais com a pandemia incentivaram um ano de forte desempenho em 2021.

A guerra na Ucrânia e aperto monetário promovido por diversos bancos centrais levaram a negociações voláteis nos mercados financeiros este ano. Embora isso possa ajudar os volumes de negociação, no entanto, desacelerou as ofertas públicas iniciais (IPOs) e negócios liderados por empresas de aquisição de propósito específico (SPACs).

A receita líquida do setor global de banco de investimento caiu para 35,6 bilhões de dólares no acumulado do ano, uma queda de quase 38% em relação aos 57,4 bilhões apurados no mesmo período do ano anterior, mostraram dados da Dealogic. Para 2021 como um todo, a receita líquida foi recorde: 132 bilhões de dólares, segundo os dados.

"Os IPOs são escassos e as SPACs agora são quase inexistentes", disse Stephen Biggar, da Argus Research. "O segundo trimestre será outro trimestre abatido para os bancos de investimento."

Biggar disse que, embora os bancos façam parte do volume de negociação de ações e renda fixa, moeda e commodities (FICC), que foi mais forte do que no ano passado, "no geral, o trimestre provavelmente será muito menor".

O Credit Suisse (SIX:CSGN) alertou na quarta-feira que condições adversas do mercado, volume reduzido de operações no mercado de capitais e ampliação dos spreads de crédito deprimiram o desempenho financeiro de sua divisão de banco de investimento.

VENTOS CONTRÁRIOS

"Este é o ano dos ventos contrários em Wall Street", disse Mike Mayo, analista sênior do Wells Fargo (NYSE:WFC). Ele disse que os negócios devem crescer ano após ano, mas as subscrições de ações estão sob pressão.

"Dito isso, os bancos europeus ficaram atrás dos bancos dos Estados Unidos. Esta é uma história de vários anos que continua a se prolongar cada vez mais."

O JPMorgan (NYSE:JPM) Chase disse que espera que as receitas de bancos de investimento caiam em 2022 após um 2021 excepcionalmente forte.

Enquanto isso, Ted Pick, do Morgan Stanley (NYSE:MS), disse em uma conferência recente, que dentro do banco de investimento, o novo calendário de emissões de ações está "extremamente silencioso" e o calendário de subscrição está "muito lento", pois os clientes estão tentando se proteger dos riscos.

A situação é desigual entre os segmentos. Embora os volumes de operações de fusões e aquisições estejam menores, a atividade geral permaneceu saudável e a sequência de negócios ainda parece relativamente sólida, de acordo com executivos do setor.

Para as receitas de 2022 dos cinco maiores bancos de investimento dos Estados Unidos - Goldman Sachs (NYSE:GS), Morgan Stanley, JPMorgan, Citigroup (NYSE:C) e Bank of America (NYSE:BAC) - analistas de Wall Street esperam um declínio de 22,9%, segundo dados coletados pela Refinitiv, que mostram a expectativa de queda de 27,4% para o segundo trimestre.

Christopher Wolfe, que dirige a área de bancos norte-americanos para a Fitch Ratings, disse que o mercado de capitais é um segmento que está mais exposto a uma desaceleração da economia.

A receita com comissões no segundo trimestre será prejudicada por prazos mais longos para negócios envolvendo fusões e aquisições, de acordo com Michael Brown, analista da Keefe, Bruyette & Woods. Apesar disso, ele afirma que o ritmo dos anúncios de fusões está melhorando.

© Reuters. Vista do distrito financeiro de Londres, Reino Unido
18/05/2022
REUTERS/Hannah McKay/File Photo

Brown também descreveu os negócios do mercado de dívida e a atividade do mercado acionário, como IPOs, como "inativos".

O impulso dos negócios também diminuiu acentuadamente na Ásia, devido à repressão regulatória da China e à desaceleração econômica, com o valor dos IPOs no centro financeiro de Hong Kong caindo 90% até agora este ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

"Os cortes de empregos serão inevitáveis ​​se os mercados permanecerem voláteis e quietos em termos de fluxo de negócios. Muitos bancos em Hong Kong contrataram muito no início do ano passado", afirmou um executivo do mercado de capitais em Hong Kong que pediu para não ser identificado.

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