Investing.com - Crescimento da carteira de crédito de um lado, com maior lucro entre os grandes bancos, mas aumento na inadimplência de outro. Analistas demonstraram otimismo com o balanço reportado pelo Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), ainda que façam um alerta sobre a pressão do indicador e das provisões.
Segundo o Inter Research, o BB apresentou forte resultado com tendências positivas, como o crescimento da carteira, principalmente para pessoas jurídicas, na contramão dos pares privados. A qualidade de crédito continua resiliente, mesmo com o efeito da crise na varejista Americanas (BVMF:AMER3). No entanto, o banco elevou o provisionamento e sofreu com avanço da inadimplência.
“Apesar disso, os indicadores adicionais de qualidade de crédito mostraram boa performance indicando um pico da inadimplência”, afirma o analista Matheus Amaral, que estima um ROAE de cerca de 20% para o ano como um todo, em linha com o que a instituição financeira vem entregando. O Inter possui recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$57.
A Ativa Investimentos concorda que o balanço veio forte, mas também demonstra preocupação com o provisionamento. No entanto, acredita que os dados vieram levemente abaixo das estimativas bastante positivas.
“O Banco do Brasil continua a apresentar sólida expansão em seu top line, enquanto o resto do setor é mais restritivo. Por outro lado, as provisões estão sendo maiores, principalmente no momento em que o índice de cobertura se encontra em um patamar mais próximo do ideal”, avalia a Ativa.
O custo do crédito também foi citado na ponta negativa, com menos espaço para realizar menores provisionamentos. A Ativa possui classificação neutra para as ações, com preço-alvo de R$44,80.
A Empiricus lembra que, enquanto outros players do setor vêm freando a expansão, o Banco do Brasil segue na rota de crescimento. Na visão da analista Larissa Quaresma, o crescimento da carteira de crédito e melhorias de eficiência compensaram a fraca alta na receita de serviços e a alta da inadimplência.
Quaresma acredita que o banco estaria “colhendo os frutos de um posicionamento privilegiado junto ao agronegócio, além dos esforços de eficiência dos últimos anos”. Mas, com apetite por crédito maior que o dos pares privados, a companhia pode sofrer com deterioração dos índices de inadimplência, alerta. “Essa rota parece estar ficando mais clara, embora essas mudanças levem bastante tempo para mexer o ponteiro da rentabilidade. Por isso, ainda recomendamos BB para os investidores focados em dividendos, mas evitamos a ação para aqueles com objetivo de ganho de capital”, conclui a analista.
Às 13h54 (de Brasília), as ações subiam 0,90%, a R$47,15.