Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve definir até semana que vem o banco que ajudará no processo de venda do lote de ações da Petrobras (SA:PETR4) detidas pela instituição por meio da BNDESPar.
"A gente espera que em um prazo de uma semana a gente tenha essa definição de qual será o consórcio de bancos que vai nos ajudar nessa operação", disse a jornalistas o diretor do BNDES Leonardo Cabral.
Na semana passada, o BNDES divulgou ao mercado a intenção de vender até a totalidade de sua participação em ações ordinárias da Petrobras (SA:PETR3). A operação seria feita por meio de uma oferta pública. [nE6N27O03O]
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, admitiu que aguardou a precificação da oferta pública inicial de ações da petrolífera saudita Saudi Aramco (SE:2222) para iniciar o processo de venda de papéis da Petrobras.
"Não estamos dando nenhuma indicação de volume ou prazo para vender essas ações e isso vai depender do apetite do mercado. Se mercado absorver bem as ofertas que a gente estiver colocando daqui para frente isso tende a acelerar o processo e se pedir desconto isso tende a desacelerar", afirmou.
"A gente não iria para mercado enquanto tivesse um elefante daquele tamanho na estrada (Saudi Aramco). A gente esperou ela se resolver para depois virmos com o nosso", acrescentou Montezano.
O IPO da Saudi Aramco ocorreu na semana passada, atribuindo à empresa um valor de cerca de 1,7 trilhão de dólares, o que a tornou a companhia listada mais valiosa do mundo. [nL1N28F1EV]
Montezano acrescentou que já foram mandatados os bancos para a operação de venda de papéis da processadora de carne JBS (SA:JBSS3) detidos pelo BNDES. Na véspera, o banco vendeu sua participação na maior fabricante de hambúrgueres do mundo, a brasileira Marfrig (SA:MRFG3). [nL1N28S08Z]
O presidente do BNDES destacou que a carteira de renda variável do banco, atualmente de cerca de 100 bilhões de reais, pode ser reduzida em até 80 por cento ao longo dos próximos três anos, dependendo de uma série de variáveis. Segundo ele, não se justifica mais do ponto de vista de risco, o BNDES manter em carteira ações de empresas como Suzano (SA:SUZB3), Petrobras, JBS e outras grandes companhias.