A Boeing (BVMF:BOEI34) (NYSE:BA) ofereceu um aumento salarial de 35% aos seus funcionários, que estão em greve desde 12 de setembro. A proposta da fabricante de aviões é uma recomposição salarial ao longo dos próximos 4 anos (12% no 1º ano, 8% no 2º, 8% no 3º e 7% no 4º). O sindicato dos trabalhadores aéreos vai se reunir na 4ª feira (23.out) para decidir se aceita.
A oferta também inclui um bônus de US$ 7.000 (cerca de R$ 40.000) e melhorias no plano de aposentadoria. Com a oferta, a Boeing pretende encerrar a paralisação que se arrasta há 5 semanas e que, segundo especialistas, impacta diariamente em US$ 100.000 (cerca de R$ 563 mil) nos cofres da empresa.
A greve é organizada pela Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais, que representa cerca de 33.000 trabalhadores de Seattle, no Estado de Washington, onde é a fábrica da empresa norte-americana. Em nota, a organização reconhece que a proposta é um avanço, mas não dá qualquer indicativo de que a oferta vai encerrar a greve.
“O fato de a empresa ter apresentado uma proposta melhorada é uma prova da determinação e dedicação dos trabalhadores da linha da frente que estiveram em greve”, disse o sindicato. “Os trabalhadores decidirão, em última análise, se esta proposta específica é suficiente para satisfazer as suas necessidades legítimas e o objetivo de alcançar respeito e justiça na Boeing”. Leia a íntegra do comunicado (PDF – 1 MB, em inglês).
A proposta foi apresentada uma semana depois do CEO da Boeing, Kelly Ortberg, anunciar o plano de demitir 17.000 funcionários da companhia. O executivo, que assumiu o cargo de CEO em agosto, afirmou que há a necessidade de implementar “mudanças estruturais” para que a empresa se mantenha competitiva e não comprometa a entrega de longo prazo aos clientes.
Por causa da greve e de problemas estruturais na companhia, a fabricante decidiu adiar o desenvolvimento do avião 777X e interromper a produção do 767 após a entrega dos últimos encomendados.
Além da greve dos trabalhadores, a Boeing enfrenta problemas de fabricação do Boeing 737 MAX e uma investigação do governo dos Estado Unidos, após um incidente com um avião da mesma família, durante voo da companhia Alaska Airlines (NYSE:ALK), em janeiro de 2024.
Na ocasião, uma explosão em uma seção do avião fez uma das portas ser ejetada, causando uma descompressão durante o voo. O piloto fez um pouso de emergência e não houve feridos graves.