As bolsas de Europa fecharam mistas nesta quarta-feira, 11, diante do contraponto entre inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) mais forte que o esperado nos EUA com a sinalização de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de que o ciclo de aperto já acabou, com pressão adicional da queda do petróleo. Investidores operaram em compasso de espera pela ata da reunião do banco central dos EUA, aguardada para o período da tarde.
Na bolsa de Londres, o FTSE 100 fechou em queda de 0,11%, aos 7.620,03 pontos. Em Frankfurt, o DAX ganhou 0,23%, aos 15.459,52 pontos; em Paris, o CAC 40 caiu 0,32%, aos 7.139,85 pontos; em Milão o FTSE MIB teve ganhos de 0,36%, aos 9.352,10 pontos; em Madri, o Ibex 35 subiu 0,03%, aos 9.355,30 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 teve alta de 1,41%, aos 6.142,55 pontos. As cotações são preliminares.
A ata do Fed desta quarta-feira sairá um pouco desatualizada, diz a CMC Markets, visto que não compreende a alta nos rendimentos dos Treasuries, que segundo dirigentes de distritais pode ter puxado a alta da inflação para baixo. Porém, o documento "deverá oferecer indicações sobre o quão preocupadas as autoridades do Fed estavam sobre um risco de aperto excessivo".
Para isso, a CMC considera que o dado da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que sai na quinta-feira pela manhã, mostrará um panorama melhor. Nesta terça cedo, os EUA informaram que o PPI subiu 0,5% em setembro ante agosto, acima da previsão de analistas. De qualquer forma, investidores monitoraram falas recentes de dirigentes do Fed, que sugeriram que a recente escalada dos juros dos Treasuries reduz a urgência por mais aperto monetário.
Próximo ao fim do pregão, as bolsas acompanharam uma leve piora nos preços de petróleo, que puxaram consigo as ações do setor petroleiro. Os papéis da Shell (NYSE:SHEL), por exemplo caíram 0,48% em Amsterdam depois de passarem boa parte do dia no azul, e acompanhando a queda da commodity.
Já as ações da BP caíram 0,82% na bolsa de Londres, mesmo depois da empresa elevar suas projeções.
Segundo o chefe de pesquisa de energia na Europa da RBC, Biraj Borkhataria, "ainda não se sabe se a BP conseguirá convencer analistas e investidores sobre a sua trajetória a médio prazo", isto porque a projeção da petroleira vem muito acima do que o mercado tem esperado.
Na França, o conglomerado de luxo LVMH viu suas ações caírem 5,79% depois da gigante divulgar avanço anual de 9% no terceiro trimestre, abaixo da previsão de analistas. O tombo pesou no setor de luxo, que afetou as ações de outras empresas do segmento, como Hermès (-1,05%) em Paris e Burberry (LON:BRBY) (-2,72%), em Londres.