Calendário Econômico: Inflação no Brasil, EUA dá tom em semana de balanços na B3
As bolsas de Nova York fecharam perto da estabilidade nesta quarta-feira, 14, em sessão na qual o mercado observou as declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que reforçou a postura acomodatícia da autoridade monetária mesmo depois dos sinais de alta na inflação nos Estados Unidos, o que vem gerando alguma cautela. Um dos efeitos foi a queda nos rendimentos dos Treasuries, o que deixou ações de bancos pressionadas, em sessão que contou ainda com a publicação de balanços de companhias do setor.
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,13%, em 34.933,23 pontos, o S&P 500 subiu 0,12%, a 4.374,30 pontos, e o Nasdaq recuou 0,22%, a 14.644,95 pontos.
As ações dos EUA avançaram com Powell, que "mostrou teimosia contínua em uma postura de política monetária ultraflexível", aponta Edward Moya, analista da OANDA. Em sua percepção, o depoimento do dirigente não revelou "que o Fed está preocupado com o superaquecimento da economia ou que as pressões de preços podem permanecer por mais tempo do que o inicialmente esperado". Desta forma, a postura dovish foi confirmada, uma vez que Powell acredita que a economia está longe de ver um progresso substancial para começar a reduzir as compras de ativos, avalia.
No caso de o Fed estar errado sobre a inflação ser transitória, "claramente está pronto para reagir de acordo se a inflação não moderar na queda. Wall Street vai testar a postura dovish nos próximos meses, à medida que as pressões generalizadas de preços atingem a economia", avalia Moya. Depois dos dados da inflação ao consumidor de ontem, hoje, foi divulgado que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA subiu 1% em junho ante maio, acima da previsão de analistas, de aumento de 0,6%.
Além da queda dos rendimentos do Treasuries, as ações de tecnologia observaram a perspectiva otimista da Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) para o iPhone, indica o analista. As ações da empresa tiveram alta de 2,41%. No entanto, quedas com Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) (-1,27%) e Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) pressionaram o Nasdaq (-2,37%). Entre os bancos, o Bank of America (NYSE:BAC) (SA:BOAC34) decepcionou com a receita mais fraca do que o esperado, e caiu 2,75%, citando taxas de juros mais baixas. O Citigroup (NYSE:C) (SA:CTGP34) apresentou resultados mais favoráveis, mas caiu 0,44%. Por outro lado, o Wells Fargo (NYSE:WFC) (SA:WFCO34) avançou 3,95%. Ainda nos balanços, a BlackRock (NYSE:BLK) (SA:BLAK34) perdeu 2,97% após sua divulgação, e a Delta Air Lines (NYSE:DAL) recuou 1,86%, mesmo apresentando lucro. Outra baixa relevante no dia foi das petroleiras, que seguiram o preço do barril, o qual teve queda maior que 2%, após relatório misto de estoques na semana nos EUA, com alta na produção. Chevron (NYSE:CVX) (SA:CHVX34) (-1,89%), ExxonMobil (NYSE:XOM) (SA:EXXO34) (-2,23%) e Occidental Petroleum (NYSE:OXY) (SA:OXYP34) (-7,42%) recuaram.