SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista não mostrava uma tendência clara nesta quinta-feira, perdendo o fôlego após uma abertura mais positiva, conforme agentes financeiros seguem receosos com o cenário ainda aberto na disputa presidencial.
Às 11:58, o Ibovespa caía 0,18 por cento, a 78.026,11 pontos. O volume financeiro somava 2,8 bilhões de reais.
Pesquisa Datafolha divulgada na madrugada desta quinta-feira mostrou que o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, continua na liderança da disputa pelo Palácio do Planalto, agora com 28 por cento de apoio, e o candidato do PT, Fernando Haddad, com 16 por cento, em empate técnico com Ciro Gomes (PDT), que registra 13 por cento.
Na visão da equipe da corretora Brasil Plural (SA:BPFF11), conforme nota a clientes, o Datafolha mostra um cenário mais aberto e fragmentado do que aquele avaliado pelo Ibope na pesquisa divulgada na noite de terça-feira.
"No entanto, Bolsonaro e Haddad seguem em trajetória de alta, enquanto seus rivais estão parados, o que torna um segundo turno entre os dois bastante provável", avaliou a Brasil Plural.
O viés positivo bolsas no exterior favoreceu ganhos no começo do pregão. Wall Street começou a sessão no azul, com o S&P 500 atingindo nova máxima recorde, ajudado pelo avanço de ações de tecnologia e com a percepção de que as novas tarifas dos EUA e China são menos danosas do que se temia.
O dólar também enfraquecia perante uma cesta de moedas diante da menor preocupação com os reflexos do embate comercial entre Washington e Pequim.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) caía 0,41 por cento e BRADESCO PN (SA:BBDC4) cedia 0,52 por cento, em sessão volátil enquanto o setor de bancos segue suscetível a especulações sobre o desfecho eleitoral. BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) tinha decréscimo de 0,37 por cento, mas SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) avançava 0,62 por cento.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) perdia 0,25 por cento, em sessão com os contratos do petróleo se firmando no vermelho no exterior e com o papel também vulnerável às expectativas políticas.
- VALE (SA:VALE3) subia 0,41 por cento, alinhada ao movimento de outras mineradoras no exterior. A companhia também disse em evento na China que está avaliando a expansão de seu emblemático projeto de minério de ferro S11D, no Pará, em busca de ganhos com o crescente apetite por variedades da commodity com alto teor em seu maior mercado, a China.
- COPEL (SA:CPLE6) avançava 2,95 por cento, após divulgar na véspera que iniciou a operação em testes do Complexo Eólico Cutia, o qual é formado por 7 parques (Cutia, Guajuru, Esperança do Nordeste, Jangada, Maria Helena, Paraíso dos Ventos do Nordeste e Potiguar) e totaliza 180,6 MW de capacidade instalada.
- GOL (SA:GOLL4) PN apreciava-se 2,67 por cento, engatando a quinta sessão consecutiva de alta, no melhor desempenho do índice. No ano, porém, papel ainda acumula perda ao redor de 25 por cento.
- ULTRAPAR ON (SA:UGPA3) caía 2,56 por cento, tendo no radar que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP) decidiu na véspera abrir tomada pública de contribuições sobre a verticalização da cadeia de distribuição de combustíveis, com o objetivo de retirar barreiras regulatórias e acabar com nichos de mercado artificiais. COSAN (SA:CSAN3) cedia 0,6 por cento.
- CCR (SA:CCRO3) recuava 1,71 por cento. Em nota a clientes, a XP Investimentos considerou negativa a notícia publicada no jornal Valor Econômico de que a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) pediu a suspensão de cautelar que, desde o fim do ano passado, limita as operações do aeroporto de Pampulha, em Belo Horizonte, a voos regionais. O processo ainda será levado ao plenário do tribunal. A CCR é sócia do consórcio que explora o aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, que tem se beneficiado do fechamento de Pampulha para voos interestaduais.
(Por Paula Arend Laier)