SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa encerrou no nível mais alto desde o fim de outubro nesta sexta-feira, após ter fechado no vermelho nos dois últimos pregões, impulsionado por ações atreladas a commodities, principalmente Vale (SA:VALE5) e Petrobras (SA:PETR4), enquanto exportadoras de papel e celulose lideraram as baixas em meio ao enfraquecimento do dólar.
O Ibovespa encerrou com ganho de 0,89 por cento, a 64.521 pontos, no nível mais alto desde 31 de outubro de 2016. O giro financeiro nesta sexta-feira somou 7,77 bilhões de reais, superando a média diária de 6,65 bilhões de reais em 2017 apurada até a véspera.
A alta na semana foi de 1,62 por cento, elevando o avanço acumulado no ano a 7,13 por cento.
Segundo operadores, o discurso de posse de Donald Trump como 45º presidente dos Estados Unidos não dissipou as dúvidas em relação às políticas econômicas do novo governo, o que tende a manter os investidores mais cautelosos.
"Semana que vem ainda vamos ficar de olho na economia internacional, atento aos primeiros passos de Trump", comentou O analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora.
Outro fator que alimenta incertezas é a morte do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). "A preocupação do mercado é com uma eventual procrastinação da Lava Jato", disse Figueredo.
Na próxima semana, o noticiário corporativo também deve concentrar as atenções de participantes do mercado, tendo em vista o início da safra de balanços do quarto trimestre de 2016.
DESTAQUES
- VALE PNA avançou 4,74 por cento, e VALE ON subiu 2 por cento, descolando-se dos preços do minério de ferro, que recuaram pelo terceiro dia consecutivo no mercado chinês devido à desaceleração dos negócios antes do Ano Novo Lunar. O setor siderúrgico também encerrou no campo positivo, com USIMINAS (SA:USIM5) PNA tendo a melhor performance do índice, com alta de 5,24 por cento.
- PETROBRAS PN ganhou 1,46 por cento, enquanto PETROBRAS ON cedeu 0,56 por cento, em sessão marcada pela firmeza do petróleo no mercado internacional. A notícia de que a Federação Única dos Petroleiros (FUP) aceitou a proposta de acordo coletivo feita pela estatal também deu sustentação aos papéis, segundo operadores.
- ITAÚ UNIBANCO subiu 0,3 por cento, contribuindo para o viés positivo do Ibovespa, dado o seu peso na composição do índice. Outros bancos também terminaram no azul, com BANCO DO BRASIL ON subindo 2,23 por cento e SANTANDER UNIT em valorização de 1,75 por cento. Já o BRADESCO encerrou sem direção única, com as ações ordinárias em alta de 0,35 por cento e as preferenciais em baixa de 0,47 por cento.
- FIBRIA ON caiu 2,97 por cento, liderando as baixas do Ibovespa, ao lado de KLABIN UNIT, com recuo de 2,80 por cento. SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA cedeu 1,35 por cento. O dólar mais fraco ante o real incentivou investidores a embolsar parte dos lucros obtidos na véspera, quando as ações das empresas do setor fecharam com as maiores altas do índice.
- Fora do Ibovespa, JHSF ON (SA:JHSF3) saltou 5,77 por cento, depois que o conselho de administração da empresa aprovou encerrar a investigação interna para apuração de pagamentos supostamente ilícitos. Na véspera, a companhia informou que o presidente do conselho, Auriemo Neto, assinou acordo de colaboração com autoridades da operação Acrônimo da Polícia Federal, no qual assumiu responsabilidade exclusiva por contribuição ilegal de campanha eleitoral.
- GAFISA (SA:GFSA3) ON, que também não compõe o principal índice da Bovespa, subiu 4,17 por cento, após a empresa comunicar alta de 38,3 por cento nas vendas contratadas líquidas consolidadas do quarto trimestre. Na visão de analistas do BTG Pactual (SA:BBTG11), os dados operacionais do quarto trimestre da construtora foram sólidos tanto na divisão de imóveis para as classes média e alta, quanto na Tenda, para baixa renda. nL1N1FA0RM]
(Por Gabriela Mello)