Investing.com - As ações da BRF (SA:BRFS3) aceleram o ritmo de valorização e agora sobem 8,56% a R$ 22,84, com a divulgação da notícia de que o atual presidente da Petrobras (SA:PETR4), Pedro Parente, deverá substituir Abílio Diniz na presidência do Conselho de Administração da companhia. As informações são do site do jornal Folha de S. Paulo.
As negociações, capitaneadas por Abílio, ainda estão em andamento e devem ser confirmadas na quinta-feira. De acordo com a publicação, Parente só deve aceitar o desafio se seu nome for consenso entre os acionistas. O presidente da Petrobras é atualmente também membro do conselho da B3 e, caso aceite a oferta, deverá deixar a administradora da bolsa paulista.
Caso o nome de Parente seja realmente confirmado, a Folha informa que o fundo britânico Aberdeen, que tem 5,02% da BRF, deve retirar o pedido de possibilidade de voto múltiplo. Com isso, deve ser apresentada uma única chapa na assembleia que acontece no dia 26.
O nome de Parente teve resistência inicial dos fundos de pensão Petros e Previ, já que o executivo que comanda a Petrobras é muito bem avaliado pelo mercado e apontado como um dos responsáveis pela recuperação da estatal.
Furlan
Luiz Fernando Furlan, 15º maior acionista da BRF, disse em teleconferência com jornalistas que a empresa precisa de um conselho que trabalhe como equipe e que permita que a companhia avance no preenchimento de importantes posições executivas.
"Brigas por poder destroem valor na companhia", afirmou Furlan, cuja família fundou a empresa que posteriormente se uniu à rival Perdigão para criar a BRF. "A companhia precisa recuperar sua posição de liderança e retomar o crescimento".
Furlan disse que hoje há 14 candidatos para 10 assentos no conselho. Esse número pode crescer, já que acionistas podem propor outros nomes, até o dia da assembleia de acionistas programada para 26 de abril, quando o novo conselho será eleito.
Entenda a crise
O fraco resultado em 2017, com prejuízo total de R$ 1,1 bilhão e a Operação Carne Fraca levou os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil (SA:BBAS3)) a convocar uma assembleia extraordinária para a substituição Abílio Diniz na presidência do conselho.
Os acionistas da BRF estão em guerra pelo comando da companhia. De um lado, os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil). Do outro, Península (holding da família Diniz) e o fundo Tarpon (SA:TRPN3).
Os fundos são donos de 22% do capital da empresa e já haviam indicado o nome de Augusto Cruz, presidente do conselho da BR Distribuidora (SA:BRDT3), para o posto de Abílio. Por outro lado, o ex-dono do Grupo Pão de Açúcar (SA:PCAR4) tentava emplacar o nome de Luiz Fernando Furlan, herdeiro da Sadia.