Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - Os papéis da BRF (SA:BRFS3) recuava 1,47% nesta quinta-feira (13) após a empresa reportar lucro líquido de R$ 22 milhões no primeiro trimestre de 2021, revertendo o prejuízo de R$ 38 milhões reportado no primeiro trimestre do ano passado.
Perto das 10h27, a ação era negociada a R$ 20,74, com queda acumulada de 0,24% nos últimos trinta dias e de 10,64% nas últimas 52 semanas.
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Para os analistas da Ativa Investimentos, a BRF reportou resultados ligeiramente abaixo do esperado, apesar de uma expansão de receita acima devido ao aumento de preço médio dos produtos vendidos em todos os segmentos.
Isso, no entanto, não foi possível compensar o aumento do Custo da Mercadoria Vendida, em razão da escalada do preço dos grãos, principal insumo da companhia.
Eles também apontam que a empresa entregou EBITDA em linha com as expectativas,
devido a um eficiente controle de custos, com queda das despesas operacionais em percentual da receita líquida.
Os analistas mantiveram a recomendação Neutra, com preço-alvo de R$ 24,60.
XP Investimentos
Já os analistas da XP Investimentos disseram que, embora os aumentos de preços não tenham sido suficientes para compensar as pressões nos custos devido ao aumento nos preços dos grãos, o EBITDA ajustado consolidado veio 6% acima das expectativas e atingiu R$ 1,2 bilhão, uma queda anual de 4%.
O ponto-chave para esse resultado, escrevem, é que a BRF conseguiu aumentar os preços de seus produtos em 20% no trimestre em nível consolidado, “um forte desempenho considerando a frágil situação econômica do Brasil”.
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Para os analistas, do lado ruim, o aumento do preço dos grãos ainda foi mais forte, comprimindo a margem bruta, que foi de 25% no começo de 2020 para 21%, e ficou 90 pontos-base abaixo da estimativa de 22%.
Ainda assim, “apesar do trimestre agridoce”, a XP diz continuar construtiva com a tese de investimento de médio e longo prazo da BRF.
Para eles, a empresa está construindo uma plataforma forte para melhores tempos de mercado, embora ainda não esteja claro quando isso acontecerá.
Por isso, mantiveram a recomendação de Compra, com um preço-alvo de R$ 30 por ação.
Mirae Asset
Os analistas da Mirae Asset, por sua vez, apontaram que o resultado veio mais fraco do que o esperado, impactado por uma demanda interna mais fraca e pressão de custos.
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Por outro lado, escrevem, foi atenuado pela variação cambial, aumento de preços em dólar, mercado Halal e variação cambial.
Eles esperam que a empresa continue sendo pressionada no curto prazo, mas acreditam em melhora ao longo dos próximos trimestres. Mantiveram recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 28,73.