SÃO PAULO (Reuters) - Analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) reiteraram recomendação de "compra" para as ações da empresa de tecnologia Méliuz (BVMF:CASH3), com preço-alvo de 18 reais, citando entre os argumentos expectativas positivas para a parceria com o BV e uma posição de caixa considerável.
Na visão de Ricardo Buchpiguel e equipe, a companhia está "voando abaixo do radar" e suas ações foram "esquecidas" no rali recente na bolsa paulista. No terceiro trimestre, quando o Ibovespa subiu quase 16%, Méliuz caiu cerca de 23%.
Nesta sexta-feira, as ações disparavam 12,69%, a 7,99 reais, após terem atingido na véspera uma mínima histórica de fechamento, a 7,09 reais.
A equipe do banco de investimentos afirmou que se reuniu com o CEO da companhia, Israel Salmen, e outros executivos graduados para uma atualização sobre os desenvolvimentos recentes. Também conheceu Julio Mendes, conselheiro representante do BV, que, segundo os analistas, reafirmou o otimismo do banco em relação à parceria com o Méliuz.
"De fato, o acordo comercial, pelo qual o BV atuará como sócio financeiro do Méliuz, deverá apresentar resultados expressivos a partir do segundo semestre de 2023", afirmaram Buchpiguel e equipe.
Além disso, acrescentaram em relatório com data de quinta-feira, com o comércio eletrônico potencialmente se recuperando devido a um melhor ambiente macro e impactos sazonais, o Méliuz está pronto para atingir o Ebitda de equilíbrio.
"Se isso acontecer, o valuation parece extremamente atrativo, principalmente considerando o fluxo de caixa operacional potencialmente positivo da empresa e a posição de caixa líquido esperada de 647 milhões de reais -- após conclusão da venda do Bankly --, representando 113% de seu valor de mercado."
No primeiro trimestre, a companhia teve um Ebitda consolidado negativo de 28,4 milhões de reais, enquanto o Ebitda recorrente ficou negativo em 1,5 milhão de reais, contra 17,1 milhões e 17 milhões de reais respectivamente um ano antes.
A posição de caixa da companhia ao final de março somava quase 437 milhões de reais -- excluindo o float do Bankly --, representando 76% de seu valor de mercado.
"Com a venda do Bankly, a empresa receberá 210 milhões de reais, que a administração já afirmou que pretende distribuir aos acionistas, resultando em um 'dividend yield' de 37% --embora isso dependa de aprovações internas de acordo com a governança corporativa."
BV
No segundo semestre, acrescentaram os analistas, o Méliuz focará na transferência de sua base existente de cartões Méliuz e cerca de 1 milhão de contas digitais para o BV, gerando resultados concretos.
"O próximo passo será o desenvolvimento de novos produtos financeiros para ofertar à base de clientes do Méliuz, proporcionando oportunidades adicionais de monetização. Embora ainda não tenhamos detalhes sobre a economia do negócio, espera-se que seja semelhante à parceria anterior com o Pan."
De acordo com a equipe do BTG Pactual, o Méliuz planeja realizar um Investor Day em setembro para fornecer esses detalhes e mais informações sobre as expectativas de desempenho financeiro da administração para o quarto trimestre de 2023 e para o ano de 2024.
(Por Paula Arend Laier)