Investing.com - A Amazon (NASDAQ:AMZN) está próxima de dar mais um importante passo para se consolidar no mercado brasileiro de e-commerce. De acordo com o BTG Pactual (SA:BPAC11), a gigante varejista deve ampliar em outubro sua plataforma B2C, que é a venda direta ao consumidor.
Além de livros (desde 2012) e vestuário (disponível recentemente), também serão vendidos produtos eletrônicos, videogames, artigos para casa, brinquedos, saúde e cuidados pessoais. As informações constam de relatório enviado nesta terça-feira aos clientes do banco.
Com a notícia, as ações das principais varejistas brasileiras operam em queda na bolsa paulista, com a B2W (SA:BTOW3) perdendo 3,75% a R$ 25,93, o Magazine Luiza (SA:MGLU3) caindo 2,50% a R$ 128,13, Via Varejo (SA:VVAR11) cede 2% a R$ 17,97 e as Lojas Americanas (SA:LAME4) caindo 1,26% a R$ 15,68.
Atualmente, a Amazon vende cerca 2,6 milhões de itens no Brasil, sendo 1,8 milhão de livros e conta com mais de 10 vendedores cadastrados no marketplace. Com a venda direta, a estimativa do banco é que as vendas inicialmente sejam de 100 mil itens.
O BTG também destaca que a Amazon planeja oferecer um portfólio de produtos de marca própria, embora, na visão dos analistas, isso represente um desafio para desenvolver uma rede de fornecedores local. Globalmente, a Amazon tem 6.825 produtos em 74 marcas próprias, sendo que 66 são de países como China, México Índia e Estados Unidos.
Fusão
A expansão na venda direta, para o BTG representa a necessidade de investimentos. No entanto, o cenário base dos analistas é que isso não se dará por meio de fusões e aquisições, mesmo sendo uma ótima opção para uma empresa como a Amazon, que detém muitos recursos.
No entanto, o banco avalia o histórico da companhia primeiro construir para depois realizar aquisições. Desde 1994, as operações deste tipo tiveram como característica acrescentar pelo menos um dos seguintes itens: (i) equipe de gestão financeira fantástica e/ou inovações que possam ser aprendidas e replicadas em outros locais.
Assim, O BTG ainda vê o crescimento orgânico como o "Plano A" da Amazon no Brasil, focado na construção de uma operação de atendimento mais forte por meio de parcerias e sua estrutura própria, fornecendo níveis de serviço acima da média para os consumidores.
Desafios
O relatório destaca ainda que o mercado de e-commerce no Brasil é competitivo, mas que a Amazon tem potencial para se tornar vencedora devido a seu DNA tecnológico e execução premium, tomando como base o sucesso de experiências em alguns dos seus países.
O banco cita que o mercado brasileiro de comércio eletrônico deve chegar a R$ 200 bilhões em 2025, superando em três vezes os números do ano passado. Com isso, os analistas enxergam espaço para a Amazon aumentar sua participação no mercado.
No entanto, eles destacam que não é uma missão fácil, apontando o Mercado Livre, B2W e Magazine Luiza como os grandes vencedores deste jogo atualmente. Assim, a Amazon vai disputar uma fatia de mercado de dois dígitos.
A Amazon opera por meio de sua própria marca em 14 países, incluindo quatro mercados emergentes (China, Índia, Brasil e México), bem como França, Canadá, Espanha, Itália, Austrália, Alemanha, Reino Unido, Japão, Holanda e EUA. Também está presente nos Emirados Árabes Unidos sob o nome Souq.com, adquirido em 2017.