Investing.com – Investidores e analistas parecem ter aprovado o anúncio de que o Grupo Casas Bahia (BVMF:BHIA3) entrou em recuperação extrajudicial. Às 10h35 (de Brasília), os papéis subiam 17%, a R$6,38.
O grupo entrou em recuperação extrajudicial para reestruturar sua dívida com principais credores, que somariam R$4,1 bilhões, e proteger seu caixa neste ano. O acordo, que contempla o reperfilamento do endividamento financeiro com Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) e Bradesco (BVMF:BBDC4), foi bem recebido pelo mercado. O pagamento dos valores referentes à reestruturação terá início em 2026. Ainda, o acordo prevê que os credores, se desejarem, podem converter parte da dívida em participação acionária na varejista.
Em relatório, a Genial Investimentos avalia que o plano “é, sem dúvidas, um evento positivo para a companhia, uma vez que endereça os problemas relacionados ao alto custo de dívida”. Assim, a Genial entende que, com uma diminuição das despesas financeiras no valor de R$ 60 milhões por ano, a varejista deve seguir com seu Plano de Transformação 2025 anunciado no ano passado. A Genial segue com recomendação neutra para ação, e colocou o preço-alvo para “em revisão”.
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Também em relatório divulgado a clientes e ao mercado, a XP Investimentos (BVMF:XPBR31) enxerga a medida como “um passo importante para a reestruturação da companhia, uma vez que a nova estrutura deixa a empresa em uma posição mais confortável para executar ajustes operacionais”.
Segundo a XP, agora o grupo deve submeter o Plano a um Tribunal Judicial na próxima semana, com aprovação estimada em cerca de 30 dias. “Ressaltamos que o plano já foi aprovado pelos principais credores da empresa (Banco do Brasil e Bradesco), que representam 55% da dívida, acima do limite mínimo de 50%”, completa no documento.
Os analistas da XP mencionam ainda possível diluição ligada a conversão das dívidas em ação, enquanto monitoram a reação dos consumidores ao anúncio como um dos riscos. Com a empresa vista com problemas, consumidores poderiam migrar para lojas físicas do Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) e o canal online do Mercado Livre (NASDAQ:MELI). A XP segue com indicação neutra para o papel.
Já o Bradesco BBI afirma que a medida auxilia no fluxo de caixa e diminui preocupações com a liquidez da varejista. "No final das contas, esta medida traz uma importante margem de manobra para os fluxos de caixa de curto e médio prazo da Casas Bahia e, até certo ponto, diminui os riscos de preocupações com liquidez", aponta o BBI, que manteve recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$12.
Já o Safra pontua que o reperfilamento da dívida representa uma melhoria significativa nos desembolsos de caixa no curto prazo. “A notícia é positiva em termos de fluxo de caixa, pois reduz em R$ 3,1 bilhões o desembolso de caixa da empresa até 2026”. No entanto, o banco pondera que, no longo prazo, apesar da redução do custo dos juros, o pagamento total de juros aumentará de forma substancial, passando de R$971 milhões para R$2,397 bilhões, o que tende a afetar o fluxo de caixa futuro, na opinião do banco.
“Do lado da empresa, acreditamos que a gestão terá agora a oportunidade (e o tempo) de focar nas alavancas operacionais do turnaround, como o lançamento do FIDC, que a nosso ver deve acontecer em breve e proporcionará à empresa a oportunidade de aumentar as vendas com mais crédito a ser concedido aos clientes”, conclui o Safra.
Casas Bahia no InvestingPro
As ações da varejista Casas Bahia foram bastante impactadas na última semana, e seriam negociadas a um múltiplo baixo, segundo o InvestingPro, plataforma premium do Investing.com. As Protips, insights de inteligência artificial baseadas em indicadores fundamentalistas, indicam ainda que os movimentos dos papéis tendem a ser voláteis.
A saúde financeira da companhia é avaliada como desempenho justo, com nota dois, de métrica que vai de um a cinco.
O InvestingPro projeta um preço-justo de R$7,41, potencial de alta de 16,5%, com grau de incerteza alto.
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